Por Telma Elorza
“Tenho ouvido falar muito sobre esposa-troféu e me empolguei. Não sei direito como funciona, mas quero ser uma, só vivendo uma vida boa. Mas será que é vantagem? Ou tem problemas?”
Oi, amiga, deram um novo nome para uma prática antiga: o bom e velho golpe do baú, kkkk. O termo esposa-troféu também não é novidade, já é usado há muito tempo para designar aquelas mulheres jovens e lindas casadas com homens ricos, poderosos e velhos.
Em alguns casos, bem mais velhos como aconteceu com a stripper Anna Nicole Smith, que casou com o bilionário J. Howard Marshall II, um figurão do mercado do petróleo americano, em 1991. Na época que se conheceram, ela tinha 21 anos e ele, 86. Aliás, você pode assisitir o documentário ‘Anna Nicole Smith: Vocês Não me Conhecem’, na Netflix, para ter uma ideia.
Eu, particularmente, não vejo problemas em você querer ser uma esposa-troféu. Desde que: 1 – encontre um marido suficientemente rico para realizar seu sonho (não é fácil, não, querida) e 2 – se proteja com contratos pré-nupciais. E explico este último item: uma esposa-troféu é dependente financeiramente do homem que a sustenta. Ela precisa se garantir para que, se houver uma separação, não saia do relacionamento com uma mão na frente e outra atrás e tenha que recomeçar a vida em condições precárias. Aliás, só para você saber, vou dar um spoiler do documentário: Anna Nicole enfrentou dificuldades depois da morte do marido, que ele não deixou nada para ela no testamento.
Ou seja: quer ser esposa-troféu, arrume o marido rico e seja feliz. Mas também seja inteligente e cuidadosa.
Em muitos casos, as mulheres que vivem este “sonho” podem viver também um pesadelo, porque estão em uma posição de vulnerabilidade, quando são totalmente dependentes dos homens que a sustentam. Para isso evoluir para abusos e violência doméstica é um pulo. No Brasil, infelizmente também não é raro ver casos de homens que se divorciam das esposas quando elas ficam velhas e “gastas” (desculpe-me usar essa palavra horrorosa, mas é bem isso que eles pensam) e ainda fazem de tudo para não pagar a parte delas na divisão de bens, alegando que eles são os responsáveis pela construção do patrimônio do casal e que elas não fizeram nada. Duvida? É só consultar um advogado de família para saber as estatísticas.
Por isso, aconselho: além de um contrato pré-nupcial (bem detalhado e elaborado por um advogado especialista contratado por você, que determine deveres e direitos de cada um, em casos de traição e violência doméstica, só para citar dois exemplos), ainda não abra mão de casar em regime de comunhão parcial de bens, que lhe garante a metade de todo patrimônio que foi construído durante o casamento. Nada de separação total, por favor, se não vai ficar como Anna Nicole.
Portanto, vida fácil e mordomias, sim. Mas inteligência é fundamental.
Espero que consiga realizar seu sonho.
Espero ter ajudado.
Tem dúvidas sobre relacionamentos? Mande um e-mail para telma@olondrinense.com.br
Quem é a Tia Telma
Telma Elorza é jornalista, divorciada e adora dar pitaco na vida dos outros. Mas sempre com autorização.
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Arte: Mirella Fontana
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