Por Telma Elorza
“Tenho 24 anos e desde os 12 anos sonho em fazer duas plásticas: rinoplastia e de abdomên. Acho meu nariz grande e feio para meu rosto que é muito delicado. Sempre trabalhei e, nos últimos anos, venho pagando um consórcio para realizá-las. O problema é que todo mundo – amigos, família e até conhecidos – não veem nada errado com meu nariz e querem me dissuadir de fazer as plásticas. Tanto que fiquei até insegura. Será que devo continuar com meu sonho?”
Minha amiga, saiba que não está sozinha. Milhares de mulheres enfrentam esses dilemas – principalmente a resistência dos outros – todos os dias. Muitas de nós acreditam que precisam enfrentar a faca para ficar mais bonita, enquanto aqueles que deveriam dar apoio, resistem. Mas você precisa entender algumas coisas, antes de ir em frente.
Primeiro que essa é uma decisão pessoal e complexa, que envolve tanto questões estéticas quanto emocionais. O mais importante é entender suas motivações e refletir sobre o que está por trás do desejo de mudar o corpo.
Para isso, pergunte-se: por que quero fazer essa cirurgia? É por mim ou para agradar os outros? Se for um desejo genuíno, baseado no seu bem-estar, é um ponto de partida válido. Mas se for uma pressão externa, influência das redes sociais ou comparação constante com padrões inalcançáveis, talvez seja o caso de refletir um pouco mais.
Vivemos em uma sociedade que impõe padrões de beleza muito rígidos. Redes sociais, filtros e celebridades criam imagens que, muitas vezes, não correspondem à realidade. Isso pode gerar um desconforto com a própria aparência e até mesmo uma condição chamada dismorfia corporal. A dismorfia é um transtorno psicológico onde a pessoa tem uma percepção distorcida do próprio corpo, enxergando defeitos que não existem ou exagerando pequenas imperfeições.
Se ninguém ao seu redor, as pessoas mais chegadas veem o mesmo problema que você, talvez seja o caso de, antes de tomar qualquer decisão, conversar com um psicólogo. O apoio profissional ajuda a entender se o desconforto é algo pontual ou se está ligado a uma insatisfação mais profunda. Terapia não é só para quem está em crise; é uma ferramenta para o autoconhecimento e para tomar decisões mais conscientes. Eu acho válido, porque enfrentar uma cirurgia difícil (ou duas, no caso), pode trazer traumas posteriores. Você precisa estar bem consciente do que quer.
Agora, sobre a resistência da família, entenda uma coisa: ela costuma vir do medo. Medo de complicações cirúrgicas, de arrependimento ou mesmo de que você esteja sendo influenciada por fatores externos. Tente conversar de forma aberta e honesta, explicando suas razões e mostrando que essa não é uma decisão impensada. Mostre que você pesquisou, procurou profissionais qualificados e está consciente dos riscos e benefícios.
Escolha o melhor profissional para suas plásticas
Escolher o profissional certo é outro passo essencial. Procure cirurgiões plásticos certificados, com experiência e boas referências. Consulte o site da Associação Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) para escolher o melhor profissional da sua cidade. Não se baseie em Instagram, porque, ali, tem muita gente não especializada se passando por cirurgiões, fazendo tratamentos estéticos invasivos e o resultado nunca é bom, correndo o risco até de morte. Tem um perfil, o @esteticaderisco, que mostra exatamente porque é preciso escolher bem o profissional que vai mexer no seu corpo. Agende consultas, tire todas as dúvidas e não tenha pressa. Cirurgia plástica é um procedimento sério, e o preparo emocional é tão importante quanto o físico.
Se, após todas essas reflexões, você ainda sentir que a cirurgia é o melhor para você, siga em frente com segurança. Seu corpo é seu, e você tem o direito de buscar o que a faz sentir bem. Mas faça isso com consciência, amor próprio e sem pressão. A verdadeira beleza está no equilíbrio entre o que vemos no espelho e o que sentimos por dentro.
Espero ter ajudado.
Tem dúvidas sobre relacionamentos? Mande um e-mail para telma@olondrinense.com.br

Quem é a Tia Telma
Telma Elorza é jornalista, divorciada e adora dar pitaco na vida dos outros. Mas sempre com autorização.
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