Paris, Capital da Moda

moda e acessórios

Por Chantal Manoncourt

Se há um símbolo que faz a reputação de Paris é o seu título de Capital da Moda. Uma imagem de elegância e criatividade que merecia um museu. Renovado e ampliado, o Palais Galliera é inteiramente dedicado à moda e oferece uma emocionante viagem de coleções dedicadas à história da moda e à evolução dos estilos desde o século XVIII até os dias atuais. Uma viagem de 300 anos de criação onde são apresentadas 350 peças, roupas, acessórios, desenhos e fotos.

Em um ambiente discreto, para preservar os modelos da luz, o visitante descobre ao longo das galerias suntuosas criações de época ao lado de vestidos contemporâneos. Assim, a exposição começa com um confronto histórico, entre a moda do século XVIII e a moda contemporânea através de duas grandes peças do museu: o vestido voador de por volta de 1730-1740 e um cenário contemporâneo de um costureiro japonês de 2019.

Linhas, cortes, materiais são objeto de uma decifração erudita de acordo com os tempos, ilustrando as transformações da silhueta, da sociedade, do saber fazer das oficinas. Um épico que testemunha as obras-primas assinadas pelos maiores estilistas. No século XVIII, vestidos com costas plissadas eram usados sobre anáguas largas, substituídos em meados do século XIX pelo vestido de crinolina e cintura mais fina.

Este guarda-roupa feminino é acompanhado por acessórios essenciais, leques, fitas, laços, cachecóis, chapéus, luvas, sapatos, sem esquecer as joias. Materiais preciosos também enfeitam roupas e penteados: rendas, enfeites de seda, tranças, penas, peles e até pedras semipreciosas.

O guarda-roupa masculino não é esquecido e podem ser vistas peças por volta de 1660-1675, bem como uma suntuosa coleção de coletes de seda, com motivos florais, realçados  com ouro e prata. No século XVIII, o roupão era um elemento característico do guarda-roupa masculino. Em forma de quimono, de inspiração japonesa, oferece uma técnica de decoração têxtil desconhecida no final do século XVII, da qual apenas os artesãos indianos possuíam o segredo; esse tipo de tecido também recebeu o nome de “indienne” na França, designando tanto os tecidos trazidos das Índias quanto suas imitações nacionais que não demoraram a se desenvolver.

Conforme os tempos a moda evolui, o ardente defensor da liberação do corpo, Paul Poiret, nos anos 1910, é essencial primeiramente pela simplicidade de suas criações. As bainhas foram encurtadas na década de 1920 e depois alongadas após a Segunda Guerra Mundial com o “New Look” de Christian Dior. A década de 1950 viu o retorno do esplendor e depois o renascimento da Alta Costura a partir de 1960. O visitante é assim arrastado para um turbilhão de cores, entre sedas e bordado, sobriedade ou extravagância enquanto sonha, por um momento, poder usar uma dessas roupas para voltar no tempo.

A exposição pode ser vista até 26/06/2022.

Serviço: Une Histoire de la Mode au Palais Galliera, Paris

Chantal Manoncourt

Parisiense, arqueóloga e jornalista, apaixonada pelo Brasil, já escreveu vários livros sobre turismo brasileiro

Fotos: Stanislas Wolff/Paris Musées, Palais Galliera

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