Gato Preto Catcafé: gatinhos e delícias para animar seu dia

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Fomos conhecer o primeiro catcafé de Londrina, altamente recomendado para quem é apaixonado por comidinhas deliciosas e gatos

Telma Elorza

O LONDRINE̅NSE

Eu amo gatos. E amo comer bem. Quando as duas coisas se encontram, fico feliz da vida. Foi o que descobri ao conhecer o Gato Preto Catcafé, o primeiro café com gatinhos de Londrina. Lá você tomar café, comer delícias, almoçar bem e ainda acariciar gatos fofos e que estão para adoção responsável. Mas não tudo junto. No Japão, onde surgiram os primeiros catcafés do mundo, os bichanos ficam no mesmo ambiente do restaurante. No Brasil, a Vigilância Sanitária não permite essa interação.

A opção mais comum, no Brasil, é ter apenas uma porta separando os dois ambientes. Mas a proprietária do Gato Preto, a também veterinária especializada em medicina felina Mariani Vaz Domingues, preferiu dividir o espaço original em dois e manter uma porta de acesso separada, para dar mais conforto e segurança aos gatinhos. Do restaurante, só é possível ver o espaço dos bichanos por uma janela e, se você tiver sorte, vai vê-los de pertinho, deitados nas caminhas colocadas ali estrategicamente ou brincando pela sala. E embora o café/restaurante funcione a partir das 9 horas, de terça a sábado, o gatil só abre a partir das 12h30, com visitas supervisionadas por uma atendente específica, contratada só para cuidar dos queridos.

Gatil comporta apenas cinco gatinhos por vez, para não estressá-los

A gata preta

A história do Gato Preto começou ainda quando Mariani cursava Veterinária, em Guarapuava, em 2014. Embora sempre tivesse uma relação especial com cães (o que a motivou a estudar Veterinária), foi o resgate da gata Gaita – uma pretinha, extremamente meiga e dócil, ceguinha de um olho, com os dentes quebrados e grávida – que a tornou aficionada por gatos. O resgaste foi meio dramático porque, naquele momento, ela não podia ficar com a Gaita, já que dividia apartamento com outras pessoas e tinha acabado de adotar um novo cachorrinho. “Ela passou por várias casas, em lares temporários, conseguimos adotantes para os filhotes, mas para ela não. Ninguém a queria”, conta. Isso mudou quando Mariani resolveu alugar um local só pra si e levou Gaita, que está com ela até hoje, firme e forte. “A Gaita é o Gato Preto”, resume.

Mariani e a tatuagem da Gaita

A ideia do ter um café veio depois ainda na época que estudava, mas só foi tomando forma quando já trabalhando na área e se mudou para Londrina. Com uma família de ótimas cozinheiras e uma ligação muito forte com café (o avó trabalhou mais de 30 anos com torrefação de café), ela quis unir as duas paixões: um café e ter um local para gatos. “Eu amo veterinária, mas ela é uma profissão complicada, principalmente para meu emocional. Eu sofro muito quando perco um animalzinho, me ligo muito com eles”, conta. Ela fez um curso de barista para desestressar e isso fez a vontade de abrir um café com gatos aumentar. “Me organizei para isso e, em setembro de 2024, abri o Gato Preto”, conta.

Mariani fez uma parceria com o Projeto Patrulha Felina, grupo formado por estudantes de Veterinária da UEL (onde, infelizmente, há muito abandono de gatos) e os gatinhos do catcafé vem todos do projeto. “A gente mantém apenas cinco de cada vez, para não estressar os animais. E há todo um protocolo antes de eles entrarem, com exames físicos e testes de PCR de FIV e FELV, um checkup completo, vacinas e castração. E estão todos para adoção responsável”, conta. Os visitante do espaço dos gatos tem que seguir um protocolo também: deixar os sapatos na antessala e não pegar à força os gatinhos. “A iniciativa tem que partir deles. Se o gato for no colo, pode pegar à vontade”, explica. É cobrada uma taxa de R$15 por 15 minutos de interação ou R$20 por meia hora. É esse dinheiro que ajuda a pagar as despesas dos gatinhos, explica Mariani.

As comidinhas do Gato Preto

Eu poderia escrever muito mais sobre os gatinhos (inclusive como eles ajudam pessoas com Transtorno do Espectro Autista – TEA e outras neurodivergências. O gatil tem, incluvise, um programa de atendimento gratuito para autistas, um dia por semana. Converse com a Mariani para saber mais), mas esta coluna é de gastronomia. Então vamos falar de coisas deliciosas para encher o nosso buchinho.

Há diversos tipos de salgados e lanches

O cardápio do Gato Preto é enorme e tem um pouco de tudo, de salgados e sanduíches a pratos executivos e especiais do dia, veganos ou não. Mas, veganos, não se preocupem: as comidas são feitas todas separadas, assim não há contaminação. Claro que não dava para gente provar tudo, então escolhemos algumas coisas que nos chamaram a atenção, como as coxinhas veganas (de shitake e de proteína de soja) que estavam SENSACIONAIS. Com massa de mandioca e bem recheadas, não consegui escolher a minha preferida. Sim, tanto a de shitaque quanto a proteína de soja são perfeitas. Quem fala que não gosta de proteína de soja é porque nunca comeu uma bem preparada e bem temperada.

Há outras versões da coxinha (R$10) não veganas, mas não chegamos a provar. Tínhamos que guardar lugar para outras comidinhas. E pelo exemplo das veganas, só posso deduzir que são maravilhosas também. Além disso, há outros salgados veganos e não veganos. E até um “pão de beijo”, que é um pão de queijo sem queijo, mas com batata. Os salgados variam de R$8 a R$12.

O Gato Preto é o primeiro catcafé de Londrina e é também simplesmente maravilhoso para quem gosta de gatinhos e de boa comida
Toast de parma e brie: uma perfeição

Depois provamos um toast de brie com parma (R$28), feito com pão de fermentação natural e regado com mel (normalmente é regado com melaço de cana, mas no dia que fomos tinha acabado), e estava simplesmente sensacional. Além desse, há outros sabores, com preços a R$26. Fiquei babando pelo de guacamole e granola salgada, mas ainda tinha outras coisas para provar. Voltarei depois para matar a vontade.

Provamos também um prato de pierogi (receita do leste europeu que consiste em uma especie de pastelzinho cozido), recheado com batatinhas cozidas, ricota, cebolinha e temperos especiais), servidos com molho vermelho ou branco (pedimos para misturar os dois). A receita é da família da Mari, de origem polonesa, e estes tinham sido preparados pela avó dela. Simplesmente deliciosos. Há também uma opção vegana sem ricota, servido com molho vermelho. O preço? R$29,90, em qualquer versão.

Pierogi com receita tradicional polonesa e feito pela vó Margarida

Para encerrar, provamos um dos pratos executivos oferecidos na hora do almoço: o estrogonofe de palmito e cogumelos (R$28,90). Adivinha: maravilhoso, sim ou com certeza? Escolhemos esse, mas tem versões do executivo com bife ou frango acebolado, com estrogonofe de frango, com mini quibes de proteína de soja, com bolinhas de quinoa e de faláfel. Todos são acompanhados por um arroz delicioso (bem caseiro) e salada. E todos, menos os estrogonofes, também acompanham feijão. Os preços variam de R$27,90 a R$29,90. Ah, tem pratos kids, também.

Estrogonofe de palmito e cogumelos: delicioso

Para acompanhar, escolhemos dois sucos: o Ramona Flowers (escolhi esse pelo nome que foi uma das mais gatas mais companheiras e ficou comigo por 15 anos), feito com suco de melancia e chá de hibisco (R$15), e a Limonada Mágica (R$16), feita chá de clitória (também chamado de chá da Fada Azul), limão e adoçado com mel ou melado. O detalhe é que o chá de clitória faz com o suco mude de cor ao ser adicionado ao limão. Uma graça. Os dois estavam ótimos, muito refrescantes.

Para encerrar, escolhemos um bolo de chocolate sem açucar, sem lactose e sem glúten (nesse, infelizmente, Mariani não pode garantir que não haja a contaminação por glúten, então celíacos precisam tomar cuidado) e um brownie de pistache bem diferente do costumeiros que vemos por aí. O bolo de chocolate – por causa da farinha de arroz utilizada no lugar da trigo – é um pouco mais seco que o normal, mas o sabor é muito bom, indico comê-lo com um cafezinho coado. A ganache de chocolate estava perfeita, feita com cacau e creme de leite vegano. O brownie também é excelente, mas achei muito doce para meu paladar. O sabor, no entanto, é incrível.

Isso não é nem um terço do cardápio do Gato Preto oferece. Com um detalhe ideal para esses dias chuvosos: lá tem porção de BOLINHO DE CHUVA! Um item muito afetivo, que leva até o nome da avó da Mariani: Margarida. A porção média custa R$15 e a grande, R$20. Imagina se não vou voltar só para prová-los?

Esqueci de falar: além do amplo espaço do café, o Gato Preto oferece também uma ótima sala para reuniões com projetor e tudo mais. Sem precisar nada por isso, desde que haja consumação.

Serviço:

O Gato Preto Catcafé fica na Rua Espirito Santo, 1123, no Centro de Londrina, e funciona de terça a sábado. De terça às sextas, das 9 às 20 horas, e aos sábados, das 9 às 19 horas. O gatil funciona das 12h30 e vai até o horário de fechamento do café. Ele também atende pelo iFood.

Fotos: Suzi Bońfím

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