Qual o segredo para engajar os alunos em uma aula? Essa é palavra do momento: engajamento. A gente a usa para as redes sociais, principalmente, mas, podemos aplica-la no ensino e aprendizagem. Afinal, é difícil, em pleno século XXI, conectar os estudantes ao conteúdo transmitido pelos professores, muitas vezes, de gerações completamente diferentes. E, afinal, o que é engajamento? Como as pessoas se engajam com alguma coisa? E na sala de aula como isso funciona?
Quando a gente olha para a definição da palavra engajamento, vamos descobrir que sua origem faz parte do contexto francês medieval “engagier”, que significa “compromisso sobre promessa”. Se pesquisarmos o significado no dicionário, encontramos significados relativos à participação ativa de um indivíduo sobre um determinado tema ou compromisso. Antes, porém, de aplicar o significado ao nosso contexto, vou retomar o pensador Edgar Morin, que define a aprendizagem em três níveis: informação, conhecimento e sabedoria.
No universo de sala de aula, temos um contraste muito grande de personalidades entre os alunos, muitos dos quais vão para a escola com tantos problemas pessoais, domésticos, de aprendizagem e de relacionamento que tornam ainda mais difícil o engajamento deles em relação ao conteúdo. Então, como resolver esse dilema? Como conseguir aumentar o engajamento dessa diversidade de alunos? A resposta não é simples, mas, com a estratégia correta de ensino, podemos aumentar o engajamento da turma.
O engajamento dos alunos ocorre, preferencialmente, de três formas:
1. Objetivo pessoal: o aluno quer passar no vestibular, por exemplo.
2. Final do ano: quanto não estudou durante todo o ano e precisa recuperar a nota para não reprovar de ano.
3. Aprendizagem significativa: quando realmente percebe que vai aprender algo para a vida, quando o conteúdo resolve algum problema significativo, etc.
Dessa forma, todas as vezes em que o professor conseguir elevar suas aulas ao terceiro nível de aprendizagem, a sabedoria, haverá uma participação maior e mais relevante nas aulas. Isso porque o conhecimento transmitido ganha outro sentido. E isso já é assunto para uma próxima coluna.
Tiago Mariano
Formado em História pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), pós-graduado em Ensino e História. Com mais de 15 anos de experiência em sala de aula de diversos colégios públicos e particulares de Londrina e Cambé, é coordenador das startups londrinenses EducaMaker, Educação Criativa e Aagro, além de manter o canal no Youtube Prof. Tiago Ledesma Mariano. Em 2018, foi premiado pela Google for Education (2018) com o primeiro lugar nacional no Programa Boas Práticas pela criação de um método de formação de alunos de alta performance. Já foi diretor de tecnologia e inovação educacional da Secretaria Estadual da Educação (SEED) e coordenou a construção do novo catálogo nacional de cursos técnicos do Ministério da Educação (MEC).
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