Os meninos estão em uma idade complicada (aqui ouço mães de adolescentes rindo e pensando: você não viu nada!). Óbvio que ter um menino de cinco anos e outro um ano mais novo têm suas vantagens: eles brincam muito juntos, têm os mesmos interesses, conversam. Mas também brigam! Como brigam!
Justamente por terem uma idade muito próxima, eles passam o tempo todo juntos. São realmente quase gêmeos. Às vezes eu tento separá-los, para que cada um faça uma coisa diferente e tenha um momento sozinho, mas são raros os momentos que isso funciona. Quem tem gêmeos ou filhos com idade próxima sabe o que eu estou falando: eles quase se matam e ao mesmo tempo não se largam.
Depois que o Biel completou quatro anos percebi que ele e o Rafa estavam entrando mais em atrito. Parte porque o mais novo começou a incomodar o mais velho (só pra irritar o irmão mesmo!), e também porque Rafa não conseguia mais tão facilmente que o Biel fizesse o que ele queria. Eles começaram a brigar muito. Do nada começava uma gritaria e eu comecei a tentar ensiná-los a conversar. Já falei sobre isso aqui na coluna.
Só que o mais novo ficava magoado, e o mais velho saia batendo o pé. Mesmo um pedindo desculpa e tentando conversar com o outro, eles ficavam se alfinetando. Percebi que só conversar não ia acabar totalmente com a briga.
Então criamos o momento: o que eu amo em você. Quando um está bravo com o outro, eu chamo os dois, a gente se abraça e pergunto para o Rafa o que ele mais ama no Biel (ou alguma coisa que o Biel tenha feito naquele dia que ele gostou muito). A primeira vez eles não queriam falar, ficaram resmungando, mas insisti e Rafa disse que amou quando o Biel dividiu os carrinhos com ele. Biel disse: “eu amo quando o Rafa me abraça”.
E assim, todas as noites antes de dormir e também quando eles brigam feio, paramos e tentamos lembrar o que amamos um nos outros. Chamamos de “momento o que eu amo em você”. Fiz isso para que eles sempre tenham em mente que não importa o que aconteça, somos uma família e sempre teremos algo bom para falar um sobre os outros. As brigam deram uma amenizada por aqui! Tente na sua casa, entre seus filhos também! Você vai se surpreender!
Foto: Acervo pessoal
Paula Barbosa Ocanha
Jornalista, casada, trinta e poucos anos, dois filhos e apaixonada por educação infantil. Mesmo antes de casar, eu lia e me interessava por técnicas de educação, livros de pedagogia e questões sobre o desenvolvimento humano, principalmente na primeira infância. Com essa coluna, gostaria de relatar minhas experiências pessoais. E assim espero lhe ajudar, de alguma forma, a passar mais facilmente por essa linda (e assustadora) jornada da maternidade! Vem comigo e me siga também no Instagram @mamaepata