Por Fábio Luporini
Dor do crescimento. Esses dias tive que utilizar essa expressão e fiquei pensando muito no sentido dela, na profundidade do conceito. Muitos esportistas e personal trainers utilizam-na para mostrar que alguém só conseguirá crescer os músculos se o exercício provocar dor. Nesse sentido, o resultado só vem se passarmos pela experiência dolorida. Na vida também é assim. A gente só cresce e amadurece se passamos por situações desagradáveis, se ouve aquilo que não queremos ouvir.
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Tem gente que pede nosso conselho, mas não está preparado para ouvir o que temos a dizer. Já aconteceu isso com você? Comigo já. Muitos amigos levam um choque ao ouvir as coisas que digo quando eles me perguntam o que acho, qual o meu conselho. O problema, entretanto, está em como cada um reage. Alguns, fazem drama e ficam chateados. Outros, agradecem e mudam a perspectiva do que estavam fazendo. Tudo depende justamente do modo como as pessoas recebem a informação e o que fazem com ela.
Não queremos ouvir
Crescer dói, leva-nos a ouvir o que nem sempre queremos ouvir. E isso é importantíssimo para que possamos fazer o que precisamos fazer. Porque tem muita gente por aí que é tão puxa-saco que diz o que chefes querem ouvir, que sempre concordam com o que os patrões falam, que maquiam a realidade para os gestores e, assim, não questionam, não discordam e não estimulam os outros a serem melhores do que são. A fazerem diferente do que fazem. Isso acontece muito com artistas. O tanto de gente que rodeia os artistas (e agora, também, os influenciadores digitais) sem questioná-los ou incentivá-los a crescerem é impressionante.
Enfim, o amadurecimento só vem com desafios. A própria narrativa cristã diz que “a vitória só vem se o cristão passar pela cruz”, a exemplo de Cristo. Então, é importantíssimo que todos sintam e passem pela dor do crescimento, que todos ouçam o que nem sempre querem ouvir, a fim de melhorar, de crescer, de amadurecer.
Fábio Luporini
Sou jornalista formado pela Universidade Norte do Paraná e sociólogo formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) . Fui repórter, editor e chefe de redação no extinto Jornal de Londrina (JL), atuei como produtor na RPC (afiliada da TV Globo), fundei o também extinto Portal Duo e trabalho como assessor de imprensa e professor de Filosofia, Sociologia, História, Redação e Geopolítica, em Londrina. Me siga no Instagram: @fabio_luporini
Foto: Freepik
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