Por Fábio Luporini
Para que tenhamos um futuro, é imprescindível que conheçamos o passado. E o preservemos, fundamentalmente. Talvez por isso eu goste muito de escrever e registrar histórias e História. Afinal, na sociedade contemporânea em que vivemos, onde tudo é muito efêmero e líquido, manter viva a memória do passado é a melhor maneira das gerações mais novas conhecerem de onde vieram, suas origens. Assim, é muito triste quando vemos que parte da História se vai. Com ela, uma coleção de memórias e histórias que nem sempre voltam mais.
Fico triste quando um casarão antigo é derrubado, como o foi o construído pela família Garcia Molina, em Londrina. Ou, então, quando um grande amigo de 110 anos morre, como seo Silfredo Kalinowski. Ou, ainda, quando um local histórico pega fogo, como aconteceu com o reconstruído Cine Teatro Ouro Verde. Quando tudo isso acontece, uma parte da História fica para trás e vai se perdendo pouco a pouco. Então, filosoficamente, é importantíssimo nós realizarmos grandes esforços de preservação da memória.
Já lancei duas biografias (Adma – Uma história de fé, em 2016, e Sonia Secco – De volta à vida, em 2019). Em maio, lanço a terceira, contando a história dos 50 anos do curso de enfermagem da Universidade Estadual de Londrina (UEL). E já estou na produção do quarto livro biográfico, que vai reunir as memórias do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, no histórico bairro da Vila Nova. Com meus recursos limitados, faço o que posso para garantir que histórias e História sejam preservadas, passadas adiante e conhecidas pelas novas gerações. As quais, inclusive, terão suas histórias e História a serem preservadas.
O orador romano Cícero considerada a História como mestra da vida, uma verdadeira e sábia professora que ensinava as gerações ensinamentos e lições importantes para o presente e o futuro. Será que não aprendemos nada com o golpe militar de 1964, a ponto de tanta gente pedir a volta da intervenção militar? Ou ainda não nos demos conta, por tantos exemplos da História recente, sobre a importância de se preservar o meio ambiente? De fato, a História nos ensina, mas, só aprende quem quer!
Fábio Luporini
Sou jornalista formado pela Universidade Norte do Paraná e sociólogo formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) . Fui repórter, editor e chefe de redação no extinto Jornal de Londrina (JL), atuei como produtor na RPC (afiliada da TV Globo), fundei o também extinto Portal Duo e trabalho como assessor de imprensa e professor de Filosofia, Sociologia, História, Redação e Geopolítica, em Londrina.
Foto: Arquivo/José RoberStones Pieretti
2 Comentários
A nossa Pequena Londres esta um tanto vazia de preservação. São poucas restaurações que acontece aqui é mais fácil demolir e construir projetos modernos.
Tudo em nome do progresso e dos empreendimentos imobiliários lucrativos. Uma pena, quando eu passava por ali ficava admirando esse belo casarão.
Fiquei triste também quando demoliram a casa dos sete anões na Av Higienópolis.