Por Fábio Luporini
Ano novo, vida nova! E todo início de ciclo é aquela renovação de promessas e esperanças. Algumas das quais, a gente nunca coloca em prática. Enquanto outras, de fato, mudam totalmente o rumo e o curso de nossas vidas. Tem gente que promete intensificar os exercícios físicos, estudar mais, transformar o trabalho e a carreira, ser menos isso ou mais aquilo… Entretanto, em pleno ano de eleições majoritárias no Brasil, voltam a rondar as esperanças de um novo tempo, que, infelizmente, nunca chega.
Afinal, pelo que se desenha no limiar deste ano novo, as opções não são tão novas assim. Vamos tentar resumir um pouco do que temos pela frente: um Lula controverso – por um lado, colecionando conquistas sociais e econômicas, mas, por outro, mergulhado em escândalos de corrupção – tentando reciclar a esquerda que se equilibra na figura dele; e um Bolsonaro fascista e hipócrita que fez nada em quase 30 anos de Congresso, elegeu-se com discurso vazio e, tal qual seu passado, fez nada do pouco que prometeu, contribuindo ainda para desmontar políticas públicas e instituições democráticas.
No esteio dessa dicotomia, a chamada terceira via tenta quebrar um discurso hegemônico, sem oferecer muita coisa de diferente: um Ciro Gomes tentando juntar os cacos de uma esquerda ressentida com o Lula, com um discurso mais agressivo e menos propositivo; e um Sérgio Moro tipo lobo em pele de cordeiro que mentiu e enganou parte da sociedade e decepcionou a outra parte. Ao olhar para essas quatro opções, como é que se pode pensar em ano novo, vida nova? Como é que se pode ter esperanças?
Como diria o filósofo Francis Bacon: “A esperança é um bom almoço, mas um mau jantar”. Ou seja, não se pode ficar esperando a vida inteira. Porque, afinal, quem só espera, acaba não fazendo muita coisa. É preciso, antes de tudo, colocar em prática as coisas que se espera. E o Brasil já passou da hora de fazer alguma coisa. Ano após ano, eleição após eleição os políticos mais do mesmo insistem em enfiar goela abaixo discursos intragáveis e projetos de país que nunca saem do papel. Enquanto isso, o deles está garantido… Portanto, quem fará o ano novo e a vida nova seremos nós mesmos.

Fábio Luporini
Sou jornalista formado pela Universidade Norte do Paraná e sociólogo formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) . Fui repórter, editor e chefe de redação no extinto Jornal de Londrina (JL), atuei como produtor na RPC (afiliada da TV Globo), fundei o também extinto Portal Duo e trabalho como assessor de imprensa e professor de Filosofia, Sociologia, História, Redação e Geopolítica, em Londrina.
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