Por Marcelo Minka
Finalmente, um filme interessante nos cinemas da cidade. E logo de cara o que chama a atenção é a direção nas mãos de Mark Mylod, diretor e produtor de vários episódios da espetacular série da HBO Succession e de vários episódios do falecido Game of Thrones. Assim como em Succession, a intensão é expor os delírios e a intensa hipocrisia da burguesia contemporânea. Mas ao contrário de Succession, este primeiro filme de Mylod não é nada sutil.
Esta afirmação pode parecer debochada aos cidadãos com seus potinhos de caviar nas mãos, principalmente nesses tempos de polarização política e ‘idiotização’ humana, mas o foco do diretor é para aqueles que estão com o potinho na mão e não sabem o significado disso, independente de esquerda ou direita, apenas alienação mesmo.
Mas que fique claro, este não é um filme político, e sim uma comédia com humor ácido e temperado com terror. De entrada, o que se pode dizer dO Menu é que ele é intenso. Começando com o elenco, temos grandes novas estrelas como o casal protagonista, Anya Taylor-Joy (O Gambito da Rainha – 2020) e Nicholas Hoult (O bonitinho de Mad Max: Estrada da Fúria). Também temos profissionais já consagrados, como Ralph Fiennes (O Grande Hotel Budapeste – 2014) no papel do chef, John Leguizamo (Moulin Rouge – 2001) entre outros.
Segue uma sinopse rápida: Margot e Tyler vão a um restaurante exclusivíssimo na costa do Pacífico. O chef do local e toda sua equipe preparam um menu pra lá de especial para seus doze clientes. À medida que os pratos se sucedem, a tensão aumenta e eventos violentos se sucedem. Só então as pessoas descobrem o real motivo do jantar e tentam lidar com o que está acontecendo. Cada convidado tem um conflito específico que é explorado em uma deliciosa tensão crescente, onde encontramos várias conexões nas histórias, dissecando e expondo os segredos dos personagens minuciosamente.
Mas vamos parando por aqui porque quanto menos soubermos, mais seremos surpreendidos e impactados. E que fique o aviso, O Menu não é uma comédia leve do tipo Sessão da Tarde (nem sei se isso ainda existe, rsrsrsrs), ele é um suspense que proporciona uma experiência diferente, densamente diferente. Um dos melhores filmes do ano. Nota 10.

Marcelo Minka
Graduado em licenciatura em Artes Visuais, especialista em Mídias Interativas e mestre em Comunicação com concentração em Comunicação Visual. Atua como docente em disciplinas de Artes Visuais, Semiótica Visual, Antropologia Visual e Estética Visual. Cinéfilo nas horas vagas.
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