Por Marcelo Minka
Amanhecemos na casa dos 11 graus, em pleno novembro tropical. Diria minha avó; sinal dos tempos. Pelo menos o sol e o céu estão radiantes. Mas vamos comentar brevemente os lançamentos da semana, já que não tem nenhuma produção que valha a pena um texto inteiro. Não conheço muito bem as regras de distribuição dos filmes, mas curiosamente sempre temos os mesmos filmes na mesma proporção de salas em todos os cinemas da fazendinha. Adão Negro (texto aqui) abocanhando perto dos 40% das telonas.
A Luz do Demônio
Quando eu era adolescente li O Exorcista (William Peter Blatty – 1971), e até de dia andava olhando para trás com a sensação de que estava sendo seguido por algo sobrenatural. O livro da menininha inocente de doze anos que é possuída pelo demo e precisa ser exorcizada é altamente impactante. O texto de Blatty foi adaptado para o cinema, mas não assisti. De lá pra cá, uma enxurrada de filmes sobre o tema foi lançada, novamente Hollywood torcendo até a última gota do assunto na tentativa de ganhar mais dinheiro.
Inclusive temos diretores experts no assunto, como é o caso de Daniel Stamm que dirige este. No roteiro, conhecemos a trajetória da freira Ann, interpretada por Jacqueline Byers (A Casa do Medo – 2018). Ann trabalha em um hospital psiquiátrico católico onde os pacientes são tratados com medicina e rituais. E é claro que, no fim do filme, foi deixado um gancho para uma possível continuação. A produção garante bons sustos. Para quem gosta do gênero e realmente não tem nada mais pra fazer no fim de semana.
Convite Maldito
Mais um filme aproveitando o Halloween para tentar faturar uns trocos. Este também garante bons sustos, tem uma premissa interessante, mas parece não se levar a sério e vira uma patuscada. Na trama a personagem Evie, interpretada por Nathalie Emmanuel (Game of Thrones – 2011 a 2019) é uma artista que vive fazendo bicos para pagar seus boletos. Até que em um dos eventos que vai trabalhar, sua vida muda completamente. A empresa contratante conecta pessoas com parentes distantes através do DNA e Evie tem a oportunidade de entrar em contato com primos que nem sabia da existência.
A diretora do longa Jessica M. Thompson (The Light of the Moon – 2017) faz o que pode para segurar a coisa toda em algo pelo menos apresentável, mas o roteiro não ajuda. Nada original, exagerado e com final pífio. Terror camp para não se levar a sério.
Lilo, Lilo, Crocodilo
Longa direcionado para o público infantil, mas que agrada toda a família. Esta é uma adaptação do livro homônimo de Bernard Waber (1965), contando a história de um simpático crocodilo novaiorquino. Lilo é querido por todos, até que um vizinho rabugento (quem não tem um?) insiste que ele deve ser enviado a um zoo. Lilo faz de tudo para conquistar o rabugento, mas parece que tudo dá errado. Comédia leve e agradável.
Marcelo Minka
Graduado em licenciatura em Artes Visuais, especialista em Mídias Interativas e mestre em Comunicação com concentração em Comunicação Visual. Atua como docente em disciplinas de Artes Visuais, Semiótica Visual, Antropologia Visual e Estética Visual. Cinéfilo nas horas vagas.
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