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Adão Negro: para os fãs de Dwayne e da DC

Por Marcelo Minka

Finalmente o sol apareceu aqui pras bandas da fazendinha chamada Londrina, minha pele já estava criando uma camada verde de mofo. Apenas alguns dias separam a data de hoje das eleições do segundo turno e eu, cada vez mais distante das redes sociais, principalmente nesta fase. Afinal, o assunto é importante, mas nada é mais importante do que nossa saúde mental e emocional.

Então vamos ao que interessa: cinema. E novamente nada de estimulante nas telonas. Para os fãs do Universo DC e seus super-heróis, estreou Adão Negro incorporado por Dwayne Johnson, que dispensa apresentações. Johnson passou anos e anos tentando levar a produção do filme adiante, mas a patuscada de Zack Snyder com sua Liga da Justiça atrapalhou os planos do musculoso. A expectativa do filme era imensa, esperava-se que ele colocaria uma última pá de terra sobre os duvidosos lançamentos da DC, como se fosse um reinício, um marco zero. Mas, infelizmente, não está agradando aos fãs. Talvez a expectativa fosse desproporcional ao que o roteiro tinha a oferecer.

No site Rotten Tomatoes, o filme está com a péssima avaliação de 54% de aprovação. Isso levou os fãs a atacarem duramente os críticos do site, levantaram uma campanha: não ouçam os críticos, vão aos cinemas e tirem suas conclusões, os críticos não entendem nada. Se o fã gosta, todo mundo tem que gostar. Coisas de seres humaninhos, assim na política, assim nas artes, assim na vida.

No filme, Dwayne Johnson interpreta Dwayne Johnson, o ator é aquele tipo imutável, muda os personagens que interpreta, mas somente no nome. Assistimos Dwayne Johnson interpretando a si mesmo, sempre. E de certa forma isto não é ruim, o ator é um tipo de persona como alguns grandes artistas: Andy Warhol, Picasso, tão ou mais imponentes e importantes que suas obras. Mas, no filme, nem a participação de Pierce Brosnan, o vovô 007, e de Viola Davis (A Mulher Rei – 2022) seguram a onda. Más línguas dizem que os coadjuvantes estavam tão desconectados com a produção que participaram do filme via vídeo chamada.

Na trama, que se desenrola a mais de dois mil anos atrás, Teth Adam (Johnson) era um escravo, até que seu filho encontra uma pedra azul, desejada pelo rei escravagista para fazer uma coroa do mal. Adam quer ver o povo livre e inicia uma revolta. Então todo mundo morre e o rei faz sua coroa. Até que um dia invocam Adam de sua tumba que deseja ardentemente se vingar de tudo e todos. Então entra a Liga da Justiça pra tentar resolver o perrengue. E por aí vai… isso é só a apresentação do personagem, em menos de sete minutos.

Sim, o roteiro é confuso, tenta seguir vários caminhos e não vai a lugar algum, são muitos detalhes que não esclarecem nada. Até agora não sei de onde saiu os poderes de Adam. O que tem de interessante, ou não, é a direção de Jaume Collet-Serra (Sem Escalas – 2014) que apresenta boas cenas de ação, muitas cenas de ação, cenas de ação que não acabam mais. Cansa.

É o que tem pro fim de semana. Para os fãs de Dwayne e fãs da DC.


Marcelo Minka

Graduado em licenciatura em Artes Visuais, especialista em Mídias Interativas e mestre em Comunicação com concentração em Comunicação Visual. Atua como docente em disciplinas de Artes Visuais, Semiótica Visual, Antropologia Visual e Estética Visual. Cinéfilo nas horas vagas.

Foto: Divulgação

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