Por Marcelo Minka
E vamos a mais um lançamento da semana nas telonas. Em “Capitão América: Admirável Mundo Novo”, somos transportados para um futuro distópico, onde a linha entre o bem e o mal se torna cada vez mais tênue. O filme nos convida a questionar os limites do poder, da liberdade e da individualidade em uma sociedade controlada por uma força opressora.
A narrativa nos apresenta um Capitão América, interpretado por Anthony Mackie (Twisted Metal – 2023) que precisa lidar com as consequências de suas escolhas e enfrentar um mundo transformado pela tecnologia e pela manipulação. A trama tece uma crítica social relevante, abordando temas como vigilância, propaganda e a busca por identidade em um contexto de desumanização.

A direção de Julius Onah (Luce – 2019) equilibra com maestria a ação frenética com momentos de introspecção, nos permitindo conectar com a complexidade dos personagens e suas motivações. O roteiro, por sua vez, explora as nuances da condição humana, expondo as fragilidades e contradições de heróis e vilões.
O destaque fica para a atuação de Anthony Mackie, que entrega um Capitão América vulnerável e ao mesmo tempo forte, capaz de questionar seus próprios valores e convicções. A performance do ator eleva a experiência cinematográfica, conferindo profundidade e emoção ao personagem.
A fotografia de Tobias A. Schliessler (Palmer – 2021) merece ser exaltada, com planos e enquadramentos que evocam a atmosfera sombria e claustrofóbica do mundo distópico. A paleta de cores, predominantemente fria e dessaturada, contribui para a sensação de opressão e desesperança.
A trilha sonora de Henry Jackman (Kingsman, o Círculo Dourado – 2017) intensifica as emoções transmitidas pela narrativa, com melodias marcantes que grudam na mente do espectador. As composições musicais intensificam os momentos de tensão, suspense e redenção, criando uma experiência sonora imersiva.
Capitão América apenas um filme de super-herói
Apesar de tudo isso, vá ao cinema ciente de que “Capitão América: Admirável Mundo Novo” é apenas mais um filme de super-heróis que nos convida a refletir sobre o futuro da humanidade e os perigos do totalitarismo, como todos os demais filmes do gênero. O longa-metragem ecoa temas presentes em obras clássicas da literatura distópica, como “1984” de George Orwell e “Admirável Mundo Novo” de Aldous Huxley, estabelecendo um diálogo intertextual interessante, porém desgastado.
Filme para ver e esquecer, para fãs de quadrinhos e para amantes do cinema de ficção científica.
Marcelo Minka

Graduado em licenciatura em Artes Visuais, especialista em Mídias Interativas e mestre em Comunicação com concentração em Comunicação Visual. Atua como docente em disciplinas de Artes Visuais, Semiótica Visual, Antropologia Visual e Estética Visual. Cinéfilo nas horas vagas. Me siga no Instagram: @marcelo_minka e @m_minka_jewelry
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