O filme mais visto atualmente na Netflix chama-se Milagre na Cela 7, um dramalhão turco, recém lançado no catálogo da gigante de Streaming, que é uma refilmagem de um grande sucesso sul-coreano de 2013.
Com ares de folhetim, o filme não tem vergonha de apelar para o sentimentalismo barato, apoiado na deficiência mental de seu protagonista (Memo) e nas cenas apelativas com sua filha Ova.
A atriz mirim é um achado e rouba todas as cenas que aparece, apesar do papel mais difícil ser de seu pai, que consegue transmitir vulnerabilidade e sensibilidade através de um simples olhar.
O vilão, apesar de caricato e previsível, é interpretado de forma competente pelo ator Yurdaer Okur, sendo o rosto mais conhecido do elenco, já que participou de filmes e séries como O Último Guardião e Labirinto.
A história gira em torno de Memo, que é injustamente acusado da morte de uma colega da escola de sua filha Ova. A vítima é herdeira de um general do exército, que faz de tudo para condenar o acusado do crime, mesmo que para isso precise violar a lei e tenha sua vingança.
Além da história batida que apela para crianças fofinhas e pessoas com problemas mentais, como já visto em Uma Lição de Amor e tantos outros filme, este Milagre na Cela 7 ainda abusa da trilha sonora melosa e do uso da câmera lenta para tentar trazer mais comoção e drama para a tela, o que nem sempre funciona.
Apesar disso, o filme merece louvores por tratar de temas atuais, como empatia ao próximo, intolerância, culpa, sempre de forma otimista e focado numa mensagem de superação e bondade.
Talvez, assim como O Poço, outro grande sucesso da plataforma, este aqui também seja mais um exemplo do filme certo na hora certa, como uma espécie de catarse para os telespectadores.
Marcelo Minka

Graduado em licenciatura em Artes Visuais, especialista em Mídias Interativas e mestre em Comunicação com concentração em Comunicação Visual. Atua como docente em disciplinas de Artes Visuais, Semiótica Visual, Antropologia Visual e Estética Visual. Cinéfilo nas horas vagas.
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