Aditivos e longos atrasos são recorrentes nas obras em Londrina. Secretaria de Obras diz que está “andando”
Mirella Fontana e Telma Elorza
O LONDRINENSE
Muitas obras que estavam a todo o vapor no período das eleições, agora desaceleraram completamente e estão sendo alvo de duras críticas pela população londrinense. Algumas das obras se arrastam há tempos, como a conclusão da Avenida Faria Lima que, nessa fase, consta no Portal da Transparência com um atraso de 10 meses. A reforma da Maternidade Municipal também é uma das que mais preocupam a população. No Portal da Transparência, ela aparece com um atraso de quatro meses. Veja:
Campo de Futebol com Arquibancadas no C.H. Luiz de Sá
Atraso: 3 meses
Empreiteira: Construtora Regioli Ltda.
Descrição: Execução de arquibancadas, escadas internas, guarda-corpos e corrimãos; execução de calçadas, piso tátil, fechamento em alambrado, drenagem; plantio de grama, arbustos e árvores; pintura, instalação de lixeiras e bancos de concreto.
Valor da Obra: R$ 430.958,34
Aditivos: R$ 3.158,12
Segundo o Portal da Transparência não há vistorias no local desde 21/12/2020

Maternidade Municipal Lucilla Ballalai
Atraso: 4 meses
Empreiteira: Tekenge Engenharia e Construções Ltda.
Descrição: Construção de novas instalações do centro cirúrgico e salas específicas, adaptação de áreas para quartos, construção de enfermarias, construção de nova área de serviços, necrotério, reforma geral do existente. Reforma: 2.348,68 m2; ampliação: 999,52 m2.
Valor da Obra: R$ 6.066.363,61
Aditivos: R$ 164.284,22
Nova Sede da Secretaria Municipal de Assistência Social
Atraso: 5 meses
Empreiteira: Construtora Regioli Ltda.
Descrição: Reforma geral com a redefinição de ambientes específicos.
Valor da Obra: R$ 1.046.547,40
Valor dos aditivos: R$45.041,35
Execução de Pavimentação Poliédrica – Estrada de Guairacá
Atraso: 1 ano e 5 meses
Empreiteira: Construtora J. Gabriel Ltda.
Descrição: Não consta
Valor da Obra: R$ 2.671.201,29
Valor dos aditivos: R$276.726,58
Não há vistorias no local desde agosto de 2020

Implantação do bueiro celular triplo na Estrada Londrina-Warta – Transposição do Córrego Poço Fundo
Atraso: 5 meses
Empreiteira: Gaissler Moreira Engenharia Civil EIRELI
Descrição: Execução das obras para a implantação do bueiro celular triplo na Estrada Londrina-Warta – Transposição do Córrego Poço Fundo, em Londrina/PR, conforme projetos, planilhas e especificações técnicas fornecidas.
Valor da Obra: R$ 487.777,77
Arco Leste – Trecho 01
Atraso: 4 meses
Empreiteira: SINATRAF – Engenharia e Comercio EIRELI
Descrição: não consta
Valor da obra: R$ 3.689.897,76
Valor dos aditivos: R$807.120,54
Revitalização do Fundo de Vale Lagoa Dourada
Atraso: 8 meses
Empreiteira: Universo Empreendimentos EIRELI
Descrição: Não consta
Valor da Obra: R$ 1.120.381,57
Valor dos aditivos: R$31.754,44
Alargamento da Avenida Prefeito Faria Lima – Trecho 02
Atraso: 11 meses
Descrição: Não consta
Empreiteira: Imai & Barreto Engenharia Ltda-ME
Valor da obra: R$ 3.871.550,41
Valor do aditivo: R$558.582,93

O que diz a Prefeitura
Segundo o secretário municipal de Obras, João Verçosa, algumas obras que constam ainda em construção no Portal da Transparência, já foram concluídas e entregues à população, como é o caso da transposição do Córrego Poço Fundo e as reformas na Secretaria de Assistência Social. Segundo ele, a transposição foi aberta à circulação de veículos em setembro e totalmente concluída em outubro. De acordo com ele, a atualização do Portal é feita por servidores da área administrativa da SMOP. “Nesses últimos meses, em função da pandemia, tivemos problemas de remanejamento de servidores e o serviço acabou atrasando. Mas já estamos providenciando a atualização”, disse.
De acordo com informações da Secretaria, as obras de reforma da Secretaria de Assistência Social foram concluídas em 06 de janeiro, a um custo total de R$ 1.077.881,83. Com referência à obra de ampliação e reforma da Maternidade Municipal, o secretário – que está em home office se recuperando de complicações da covid-19 – disse que algumas obras, são extremamente complicadas de serem realizadas, principalmente porque o espaço não pode ser totalmente interditado. “Precisamos fazer algumas modificações no projeto e, completando o caso, não pudemos interditar a maternidade. Então temos que mexer numa parte, liberar para depois mexer na outra, transferindo setores, enfim. Não sei ao certo, mas até o meio do ano deve terminar”, afirmou.
Já sobre a avenida Faria Lima, cuja morosidade na execução irrita moradores e usuários, Verçosa diz que vai sair. Segundo ele, a construtora está com problemas para terminar a obra, mas justifica que não compensa romper o contrato porque atrasaria ainda mais. “Demoramos um ano para contratar outra empresa para as obras de reforma para a sede da Secretaria de Educação”, lembrou. “Estamos casados com ela (a construtora) e vamos até o final com ela. A obra está no quase no finalmente, vamos perseverar. Nós não estamos pagando nada que não esteja em contrato, a não ser aditivos que representem serviços extraordinários”, afirmou. Segundo ele, a empresa será penalizada por atraso de entrega. Mas, de acordo com ele, nem tudo foi culpa da empresa. “A Copel só fez a retirada dos postes do meio da rua no começo de janeiro, depois de um grande atraso”, disse.
Quanto ao Arco Leste, Verçosa diz que houve problemas no trecho 3, que precisou de detonação de rochas e, para completar, a chuva que caiu de novembro até esse mês também atrapalhou. “A pavimentação, com chuva, é o que mais trava. Se tiver muito o chão, tem que esperar secar”, justificou. Segundo ele, essa obra estava prevista para entrega neste mês.
Já no trecho 01, próximo a UTFPR, ele diz que o loteamento fechado localizado na região seria responsável pela pavimentação da pista da direita da via dupla. “Só que o proprietário ficou enrolando a gente, dizendo que não tinha dinheiro. Chegou uma hora que demos um ultimato: se não executar, vamos ter que fazer e cobrar de vocês. Mas, para isso, há um todo rito na prefeitura, que tivemos que seguir: notificar, renotificar, contra-notificação, conseguir parecer jurídico para tomar a decisão de executar o que é obrigação de terceiros. Nós decidimos executar, fizemos um aditivo com a empreiteira e vamos cobrar da loteadora. Deu R$800 mil para isso. Só que a chuva atrapalhou também”, afirmou.
Sobre a obra mais demorada até o momento, a Execução de Pavimentação Poliédrica na Estrada de Guairacá, Verçosa disse que a responsabilidade de fiscalização e acompanhamento é da Secretaria de Agricultura. O LONDRINENSE tentou falar com o novo secretário de Agricultura, Regis Choucino mas ele não retornou.
Foto: Avenida Faria Lima/Claudemir Scalone
Uma resposta
Obras públicas sempre empacaram, porque há sempre motivos eleitoreiros por trás. Os políticos precisam do atraso para sua auto-promoção.
Ah…os aditivos….mais dinheiro público.