Custo-benefício vem motivando grande procura por espaços de coworking. Em 2018, mercado movimentou mais de R$ 120 milhões
Filipe Muniz
Equipe O LONDRINENSE
Para muitos profissionais, montar o próprio escritório requer um investimento muito alto. Alugar um espaço, pagar contas de água, luz, telefone, internet, condomínio, estão entre as faturas mensais obrigatórias. Por isso, muitas pessoas passaram a utilizar os escritórios compartilhados, os chamados coworkings.
É o caso da equipe do site de entretenimento Londrinando . “Os meninos resolveram montar um escritório. Daí, surgiu a oportunidade de uma parceria com a Juntus. Temos uma sala fixa, ninguém mais utiliza o nosso espaço”, conta Caroline Foleis, do departamento comercial.
As salas fixas são apenas uma das opções oferecidas por empresas do setor. Há também as salas para reuniões, para atendimentos e até para cursos. As cobranças também variam. É possível pagar por hora, em uma mesa de coworking; por um período do dia; durante um mês; ou mesmo fazer contratos mais longos.
“O custo-benefício é muito bom, a comodidade, o ambiente, enfim, o conjunto é bacana. O gasto é fixo, temos ponto de internet, luz, água, tudo que precisa para um escritório funcionar. É bom pela comodidade, inclusive financeira”, explica Foleis.
Há sete anos no mercado de coworking, a Juntus é uma das mais conhecidas da área na cidade e acompanhou o crescimento do setor. Todos os planos contam com endereço comercial e atendimento telefônico, além da despreocupação com detalhes da estrutura, como a limpeza.
Ou seja, no escritório compartilhado o cliente foca a atenção apenas no que profissionalmente interessa.
“Crescemos bastante e, atualmente, contamos com duas unidades em Londrina. Outros espaços estão sendo abertos, um claro sinal de que o mercado está evoluindo cada vez mais”, afirma Luna Almeida, gestora de projetos de Marketing e Comunicação da Juntus.
O boom dos coworkings
O mercado dos escritórios compartilhados teve uma explosão em 2017, com o crescimento de 114% no número de espaços em relação ao ano anterior. O Paraná ocupa o quinto lugar no ranking, de acordo com censo Coworking Brasil.
Em Londrina, a quantidade de espaços de coworking também acompanhou a trajetória de crescimento, conforme análise de Rafael Toda, sócio da Multiplique – Espaço Profissional Compartilhado. Ele conta que a empresa iniciou as atividades em 2016 e, naquele ano, havia apenas um espaço de coworking atuando na cidade.
“O mercado não conhecia o funcionamento de um escritório compartilhado. O primeiro cliente surgiu após três meses e fechamos o primeiro ano com três ou quatro parceiros. Hoje, temos mais de 100 que utilizam esse espaço”, afirma.
Mercado em números
De acordo com o levantamento do Coworking Brasil, a receita anual média gerada por esse tipo de negócio foi de R$ 257 mil em 2018, 9% maior do que a de 2017. Já a lucratividade anual média foi de R$ 86 mil, queda de 4% em relação ao ano anterior.
No geral, o mercado movimentou um valor estimado de R$ 127 milhões, com 214 mil pessoas circulando por esses locais em 2018.
No levantamento de 2018, feito em todos os municípios brasileiros com mais de 150 mil habitantes, o Coworking Brasil identificou 1.194 espaços colaborativos em 169 cidades. O estado de São Paulo concentra a grande maioria deles, com 465 locais identificados.
Foto: Espaço Juntus/ Divulgação