O receio é que decreto municipal seja prorrogado e mais empresas fechem.
Telma Elorza
O LONDRINENSE
Depois de 14 dias, donos de bares e restaurantes estão preocupados que o prefeito Marcelo Belinati (PP) prorrogue o decreto que fechou bares e proibiu a venda de bebidas nos locais. O prefeito programou uma live pelo Facebook, nesta quinta-feira (24), às 18 horas, para falar sobre o assunto. O medo é que, com mais um período fechado, a maioria não aguente e feche as portas definitivamente. O que já ocorreu em vários casos, segundo dados da Abrasel-LD e Associação Brasileira de Bares (Abrabar).
Segundo o presidente da Abrabar, Fábio Aguayo, em Londrina, cerca de 16 mil pessoas perderam a fonte de renda nesse período de “lei seca”. “Ninguém imagina a cadeia de trabalho que tem por trás de um bar. Não é só barman, o garçom, o cozinheiro que perderam o emprego. É o segurança, é o atendente na empresa onde o dono do bar faz compra, é o produtor rural que deixou de vender hortaliças”, afirmou.
Os donos de bares estão “esperançosos” que a vida volte ao normal amanhã, mas indecisos sobre o que fazer. “Essa insegurança mata a gente. Se for abrir, temos que comprar estoque para comidas, chopp e tudo mais. E se comprarmos, e o prefeito prorrogar o decreto? Vamos ter mais prejuízos. Não é só levantar as portas e por a bebida para gelar”, diz um deles, que pediu para não ser identificado.
Para os donos de bares, eles foram usados como “bode expiatórios” pelo aumento de casos da pandemia. “Fomos penalizados duramente. Londrina fechou os bares mas as cidades da região não. Que tiveram um monte de festas clandestinas. E Londrina recepciona todas essas cidades no tratamento de covid. Foi justo? Não”, afirmou a presidente da Abrasel-LD, Fernanda Yumi Fujarra.
As duas entidades afirmam que os prejuízos foram incalculáveis e irrecuperáveis. “Alguns já vinham com faturamento irrisório, mantinham tudo aberto para não estragar os equipamentos. E quando para novamente, além de perder os produtos perecíveis, seu chopp, perde o ânimo também”, diz Aguayo. “Muita gente não conseguiu acesso ao crédito especial para a pandemia. Não há como suportar”, diz Fernanda.
Segundo Aguayo, tecnicamente não há motivos para não reabrir os bares amanhã. “Estivemos em Londrina essa semana, conversamos com o secretário de Saúde, tivemos acesso a documentos, então estamos confiantes que vamos poder reabrir”, explica. Segundo ele, a medida não foi um controle da pandemia, “mas para segurar o ânimo da rapaziada”. Tanto Abrasel quanto a Abrabar esperam que novas medidas sejam tomadas no quesito fiscalização. “Quem está trabalhando bem, seguindo as regras direitinho, não pode sofrer por quem não as cumpre. Esses sim, têm que ser punidos”, dizem.
O LONDRINENSE tentou conversar com o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, mas foi informado pela assessoria de imprensa que quem vai se posicionar sobre o assunto é o prefeito, na sua live. Nos últimos tempos, O LONDRINENSE tem sido ignorado pela Prefeitura a cada vez que pede esclarecimentos sobre alguma assunto. Mesmo assim, continuamos com nossa missão de informar os londrinenses.
Foto: Helena Lopes no Pexels
1 comentário
Londrina abre e fecha conforme o vento ou o humor, o que revela falta de planejamento e de competência pois fecham a cidade com oito casos e abrem com mais de centena, não conseguimos nem fazer ponte reta aqui, lamentável a quantidade de empresas que desistem de se instalar aqui pelo tratamento e a incapacidade dos órgãos como o IPPUL é tão grande quanto o número de empresas que mudam daqui para as cidades vizinhas, agora farão FALTA no orçamento e toma aumento de IPTU, muito ruim muito largada a obrigação com o crescimento, precisamos de governante menos socialista e mais preparado para crescer, ser funcionário é fácil fazer o crescimento é só para algums