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Pesquisa mostra que assédio no transporte faz parte da rotina das brasileiras

Levantamento aponta que as mulheres não se sentem seguras ao se locomover pelas cidades

O LONDRINENSE com assessoria

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Patrícia Galvão e pelo Instituto Locomotiva, com o apoio da Uber, mostra que o assédio sexual no transporte está presente no dia a dia das mulheres brasileiras, com 97% das entrevistadas afirmaram ter sido vítimas de assédio em meios de transporte e 71% conhecem alguma mulher que já sofreu assédio em espaço público. A pesquisa, realizada em fevereiro de 2019, ouviu 1.081 brasileiras com 18 anos ou mais, das classes A, B, C, e D, de todas as regiões do país, que utilizaram transporte público e transporte por aplicativo ao menos uma vez nos últimos 3 meses.

Para 72% das mulheres, o tempo para chegar ao trabalho influencia na decisão de aceitar um emprego ou de permanecer nele. Ainda assim, 46% das entrevistadas não se sentem confiantes para usar meios de transporte sem sofrer assédio sexual.

“A pesquisa confirma que, infelizmente, o assédio sexual no transporte faz parte da rotina das mulheres brasileiras. Para elas, que em sua maioria estudam e trabalham fora de casa, a segurança no deslocamento é uma questão essencial. É importante não só aplicar a lei que criminaliza essa prática, como também desenvolver políticas e mecanismos para prevenção, para garantir que as brasileiras possam se sentir seguras ao exercerem seu direito de ir e vir, garantindo também seu direito a uma vida sem violência”, afirma Jacira Melo, diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão.

Três em cada quatro mulheres (75%) se sentem seguras usando transporte por aplicativo – número maior do que as que se sentem seguras usando táxis (68%) e quase três vezes maior do que o número de mulheres que se sentem seguras no transporte público (26%).

Do total, 55% apontam que os transportes por aplicativo permitem às mulheres denunciar os abusadores mais facilmente, e que é o meio no qual acreditam que há mais chances de os homens que cometem assédio serem punidos (45%).

“O estudo aponta que, hoje, as mulheres não têm segurança para se locomover pelas cidades. Elas são assediadas, seja nas ruas ou nos meios de transporte, quando saem para trabalhar, levar as crianças para a escola, se divertir… Para que as mulheres tenham mais autonomia, precisamos de políticas de combate à violência que incluam o olhar para esses deslocamentos”, aponta Maíra Saruê Machado, diretora de pesquisa do Instituto Locomotiva.

Foto: Visual Hunt

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