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Entendendo Juros, CET e All In em operações financeiras

Por Khellvery Mora

Em qualquer operação financeira, compreender os componentes que afetam o custo real de um financiamento ou investimento é crucial para uma tomada de decisão informada. Quando falamos em crédito ou captação de recursos, termos como juros, CET (Custo Efetivo Total) e All In muitas vezes aparecem como elementos fundamentais. A diferença entre esses conceitos é importante para quem deseja compreender os reais custos de uma operação e, principalmente, evitar surpresas. A seguir, explicaremos essas diferenças e como a ajuda de um especialista pode ser determinante para analisar e comparar alternativas de financiamento.

Juros: O ponto de partida

Os juros são a remuneração pelo uso do dinheiro emprestado. Basicamente, é o valor que o credor cobra sobre o montante principal financiado. Eles podem ser apresentados de várias maneiras, como juros simples, compostos ou taxas anuais e mensais. Os juros são o foco inicial em qualquer operação financeira, mas eles nem sempre revelam o verdadeiro custo da transação.

Em um financiamento, por exemplo, a taxa de juros pode parecer atrativa à primeira vista, mas ela não inclui outros custos envolvidos na operação. É por isso que a análise isolada dos juros pode levar o cliente a subestimar o custo total da operação.

CET (Custo Efetivo Total): A visão completa

O CET vai além dos juros, fornecendo uma visão mais ampla e precisa do que o cliente realmente pagará. Ele inclui não apenas a taxa de juros, mas também todos os encargos, taxas administrativas, seguros, IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e qualquer outro custo atrelado ao financiamento ou à operação de crédito.

Em resumo, o CET é o “custo final” do empréstimo, expressando de maneira percentual o valor total que o cliente desembolsará ao longo do tempo. Essa métrica é fundamental para comparar diferentes propostas de crédito, já que as instituições financeiras podem variar não apenas nos juros, mas nos demais custos que impactam o CET.

Um bom consultor financeiro sempre orienta seus clientes a focar no CET, e não apenas nos juros, garantindo que as decisões financeiras sejam tomadas de maneira mais transparente.

All In: A abordagem global da operação

O conceito de All In abrange todos os custos envolvidos em uma transação, indo além do CET. Ele é particularmente útil em operações mais complexas, como o Sale & Leaseback, onde a análise financeira precisa considerar diferentes aspectos legais e tributários.

No Sale & Leaseback, uma empresa vende um ativo com o direito de recompra, geralmente um imóvel, e posteriormente após sanar suas dívidas, o pega novamente. Essa operação tem uma série de implicações além dos juros e custos financeiros típicos. O All In da operação inclui não só os custos financeiros, mas também tributos como o ITBI (Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis), o ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação) e o ganho de capital, que são elementos relevantes para o cálculo do custo real da operação.

Por exemplo, se uma empresa deseja levantar capital nesta modalidade, deve considerar:

  • Taxa de juros do financiamento envolvido na recompra ou no leasing.
  • Custos de transferência do imóvel, como o ITBI (geralmente entre 2% a 3% do valor do imóvel).
  • Impostos sobre o lucro da operação, como o ganho de capital, que incide sobre a diferença entre o valor de compra e o de venda do imóvel, vale ressaltar que inicialmente seu imóvel pode estar em valor venal, encarecendo muito a operação.
  • Custos de assessoria jurídica e cartorária, que são significativos em transações imobiliárias de grande porte.

O All In, portanto, captura todos esses custos, oferecendo uma visão global da operação e seu impacto financeiro. Dada a complexidade dessas variáveis, contar com o suporte de um especialista é essencial. Esse profissional pode:

  1. Analisar o CET e o All In de maneira completa, permitindo uma comparação justa entre diferentes ofertas de crédito ou operações financeiras.
  2. Negociar melhores condições, ao ter uma visão clara de onde estão os maiores custos e margens de negociação.
  3. Antecipar custos ocultos em operações complexas como o Sale & Leaseback, incluindo aspectos tributários que podem pesar no valor final.
  4. Auxiliar no planejamento tributário, minimizando os impactos fiscais como ITBI, ITCMD ou ganho de capital, conforme a legislação vigente.
  5. Ajudar na estratégia financeira de longo prazo, buscando não apenas a solução mais barata no curto prazo, mas também aquela que oferece sustentabilidade para o negócio.

Um exemplo claro é quando uma empresa busca realizar uma operação de Sale & Leaseback. A análise de um especialista incluiria todos os tributos e custos adicionais, calculando o impacto real no fluxo de caixa da empresa. Sem essa visão global, o negócio pode parecer atrativo inicialmente, mas acarretar custos mais elevados do que o previsto.

Compreender as diferenças entre juros, CET e All In é fundamental para qualquer empresário ou gestor que busca uma solução de crédito ou captação de recursos. No entanto, a complexidade dessas operações e a multiplicidade de custos envolvidos reforçam a necessidade de um especialista financeiro ao lado, que seja capaz de analisar, comparar e encontrar a melhor estratégia para a empresa. Dessa forma, é possível não apenas garantir uma escolha mais econômica, mas também evitar riscos futuros que possam comprometer a saúde financeira do negócio.

Khellvery Jonathan Silveira Mora

Compreender as diferenças entre juros, CET e All In é fundamental para qualquer empresário ou gestor que busca uma solução de crédito ou captação de recursos

Formado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, atuou por cinco anos como coordenador administrativo no grupo Tomita Itimura. Atua como consultor empresarial com foco em captação de recursos para alavancagem e é diretor administrativo na eevee assessoria e consultoria. Me siga no Instagram @khellvery, @eeveeassessoria ou acesse o site eevee. Fone: (43) 99142-7941.

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(*) O conteúdo das colunas não reflete, necessariamente, a opinião do O LONDRINENSE.

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