“Casei muito jovem, aos 20 anos, com meu primeiro namorado. Hoje, aos 46 anos, sou muito frustrada com o casamento de modo geral e com o sexo, em particular. Penso em até em divórcio mas não tenho motivos concretos para isso. Amo meu marido, porém não tenho mais vontade de fazer sexo. E ele não ajuda, me procura apenas uma vez por mês e é sempre a mesma coisa. Nesse isolamento social, fizemos sexo uma vez em três meses. Sei que ele não tem amantes porque não é o estilo dele. Gostaria de fazer algo para salvar essa relação, mas não sei como. Pode me ajudar?”
A leitora pede uma coisa bem difícil para quem está de fora da situação. Conselhos podemos sempre dar, mas depende do casal querer salvar a relação. Mesmo assim, vou dar meus pitacos, baseados na minha experiência de vida.
Pelo que eu percebi neste curto resumo, os dois se acomodaram numa rotina de anos. Situação muito comum em casais que estão juntos há muito tempo. Priorizam outros aspectos da vida cotidiana e esquecem que são homem e mulher numa relação que deveria ser amorosa. Isso, sempre, gera frustrações. O casal pode ter uma vida confortável demais, onde os sonhos já foram todos realizados e as prioridades agora são a de manter o status quo, tudo aquilo que conquistaram. Na minha opinião, é hora de dar uma chacoalhada nisso.
A coisa mais importante numa relação é o diálogo. E quando digo diálogo, quer dizer exatamente aquela conversa franca que muitos casais evitam ter para não perturbar a calmaria. No entanto, ficar esperando que as coisas se resolvam sozinhas só tende a piorar a situação. Se você não está satisfeita, diga. Convoque uma conversa a dois para discutir a relação, a famosa DR. Homem não gosta muito disso, porém é importante por tudo às claras. Diga claramente: “Amo você, mas não estou satisfeita no nosso casamento; falta sexo quente; preciso de mais. Quero discutir como podemos melhorar”. Não fique com medo de ferir sentimentos. A hora é de por as mágoas para fora, mas sem acusações, nem agressividade de ambas as partes. O foco é conversar e se entenderem.
Outra tática é partir para o ataque. A leitora diz que o marido não a procura. Mas, e ela? Espera docilmente que ele queira fazer sexo? Por que não toma a iniciativa? Nós, mulheres, ainda estamos muito confortáveis no papel de frágeis e meigas, o que significa que qualquer manifestação de tesão deve ser reprimida até que o marido, namorado ou ficante a procure. Por que, questiono eu. A gente tem desejos como os homens e precisa de sexo. É biológico, faz bem à pele, desestressa, melhora o ânimo, a alegria. Então, por que se colocar numa posição submissa, esperando que o macho queira lhe usar (como diria nossas avós)? Vá pra cima.
Ah, mas eu estou desanimada, o que fazer para reviver o tesão? Eu sempre digo que o órgão sexual mais poderoso é o nosso cérebro. É através dele que podemos “treinar” nosso desejo sexual. Pensar em sexo faz ter vontade de fazer. Imagine fantasias durante o dia, o que gostaria de experimentar à noite (ou à tarde ou de madrugada ou no café da manhã), pense em fazer coisas que nunca ousou. Que tal levar o parceiro para uma visitinha ao sexshop? Escolher brinquedinhos? Testar novas posições, fetiches? Mande nudes para o marido (mesmo que ele esteja na sala, no sofá, vendo séries ou futebol ou trabalhando no home office). Converse, pelo whatsapp, sobre o que gostaria de fazer com ele na cama. Convide-o para assistir um vídeo pornô. Inove, experimente, surpreenda. O tesão vai aparecer e garanto que não vai se arrepender.
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Telma Elorza
Jornalista profissional, palpiteira e galhofeira. Adora dar pitaco na vida dos outros enquanto vai levando a sua na flauta.
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