“Eu tenho alguns brinquedos sexuais que gostaria muito de usar com parceiros. Mas fico com vergonha de apresentar a eles porque, na única vez que tentei, o cara reagiu muito mal. Como faço para que aceitem?”
A dúvida da leitora expõe todo o machismo que ainda existe em relação ao sexo. E falo isso também por experiência própria. Alguns parceiros ficaram indignados ao sugerir o uso de brinquedos sexuais, com afirmações tipo: “sou homem suficiente para dar conta sozinho”. Outros se recusaram a sequer a tocar no brinquedo. Entenda-se, principalmente no vibrador, ok? Boa parte, no entanto, entrou na brincadeira e se divertiu tanto quanto eu.
O que leva um cara recusar a sequer experimentar novidades? Puro machismo e falta de confiança em si próprio. O homem mal resolvido sexualmente verá num vibrador fálico um concorrente ao seu pênis. Que, na média dos brasileiros, está em 14 centímetros ereto. Os vibradores, em boa parte, são beeeeeem maiores que isso. Devem pensar, em suas cabecinhas cheias de caraminholas que, se a mulher tem um troço daqueles, por vai querer um pau menor?
Então, deixa eu esclarecer a eles: um vibrador – por maior que seja-, nunca vai substituir o real, verdadeiro, pulsante pênis, com sua textura e quentura únicas, mesmo que seja menor. Uma coisa de borracha e silicone, fria, que não abraça e não beija na boca (e em outros locais) não é adversário, entendido? Mas pode ser, sim, um parceiro no prazer feminino.
A melhor tática para apresentar seus brinquedos é começar com um que não afronte tão diretamente a virilidade do parceiro. Nada de mostrar o Long John Silver Double na primeira vez. Comece com algo inócuo como as famosas borboletinhas. Deixe-o se familiarizar com o tal. Entregue o controle (com ou sem fio) na mão dele. Dê liberdade para que ele o use em você como quiser.
Quando ele estiver confortável (nas próximas vezes) com a borboletinha, passe para os plugs anais. Depois para um vibrador em formato diferenciado, que não seja um pênis realista. E assim sucessivamente até chegar ao Long John. Uma hora, ele vai gostar – e até achar natural – de ter um “parceiro” para algumas posições e técnicas sexuais.
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Foto: Pixabay
Telma Elorza
Jornalista profissional, palpiteira e galhofeira. Adora dar pitaco na vida dos outros enquanto vai levando a sua na flauta.