Por uma pedagogia da sustentabilidade

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Por Renato Munhoz

Com a abertura no ano letivo presencial, vivenciamos um misto de sentimentos e desejos. Depois de um tempo praticando a educação híbrida, nossos educadores encontram uma escola aberta para a vivência de diversas oportunidades.

Uma destas é a possibilidade e a importância de tratar a Educação Ambiental com mais intensidade. Sobretudo no atual momento em que vivemos. É importante que nossas escolas, cada vez mais, se tornem espaços de sustentabilidade, contribuindo diretamente na formação de uma geração mais sustentável.

Instrumentos e ferramentas

Neste sentido, muitas escolas brasileiras contam com ambientes que possibilitam diversas vivências ambientais. Da separação correta dos resíduos, hortas e algumas até com áreas verdes que possibilitam uma aproximação sensorial.

Outro ambiente em que muitas escolas possuem são os ambientes tecnológicos, laboratórios de informática, laboratórios de biologia, possibilitando aos alunos um contato com o ambiente de pesquisa ambiental. Isso é fundamental para a compreensão da realidade mais aprofundada, fomentando a curiosidade.

É evidente que a realidade desigual das escolas no Brasil ainda é um desafio para novas práticas educativas ambientais. Mas é constatável que nossos educadores e educadoras, Brasil afora, estão buscando alternativas potentes de transformação da cultura ambiental.

Gostaria de lançar três sementes que podem contribuir para pensarmos uma Pedagogia Sustentável:

Aproximação Ambiental. Esta é uma estratégia que contribui na compreensão de que somos parte de uma grande casa, e que tudo o que está acontecendo nela nos afeta diretamente. Levar os alunos a espaços de degradação ambiental, locais onde as pessoas muitas vezes depositam lixos, um riacho poluído, por exemplo, pode gerar um processo de sensibilização, que será capaz de formar sua consciência numa outra direção.

Quando atividades extra sala não são possíveis, a pesquisa, a troca de saberes e experiência vão fortalecendo esta ideia de que somos um todo e não uma pequena parte isolada e inatingível.

Vivência Ambiental. Ou prática ambiental. Quando nossos educadores e educandos constroem juntos um espaço de prática, alterna o sentido do caminho retirando das letras e palavras as possibilidades e lançando diretamente no fazer. Sem a prática ambiental não existe cultura sustentável. É importante, neste sentido, o envolvimento de uma rede de atores que possam contribuir neste caminho. Inclusive com parcerias para além da escola.

Engajamento Ambiental. Nossos educandos alcançam a chamada Cidadania Ambiental que, para além da consciência e da prática, é a inserção em programas e ações que possibilitem a difusão de uma outra cultura sustentável possível. Pode não parecer, mas este agir teve início naquele projeto que parecia pequenino. É preciso educar e deixar ser educado. Cada um de nós recebe de uma forma e pode transformar este saber em algo que mova a vida na direção de um engajamento cidadão.

Cidadania Ambiental é entender que a Sustentabilidade é um direito de todos nós e um dever do estado em promove-la. Não relativize seus pequenos projetos, eles contêm sementes de cidadania.

Quem sabe, neste ano letivo de 2022, estejamos mais atentos ao fazer ambiental, a partir de uma ação educativa plena se sentido. Partilhe sua experiência, conte-nos o que você educador e educadora faz com seus educandos e que pode contribuir para um mundo mais sustentável. Vamos criar um grande mosaico de práticas. Uma ação cativa a outra.

Renato Eder Munhoz

Historiador e Teólogo, especialista em Educação Ambiental e Sustentabilidade. Coordenador de Projetos do COPATI (Consórcio de Proteção Ambiental do Rio Tibagi).

Foto: Instituto Colmeia de Cidadania

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