Por Telma Elorza
Parece que basta acabar outubro que o mundo entra em parafuso. Novembro e, agora, dezembro trazem todo um clima de Natal para as pessoas, uma antecipação das festas, dos presentes, da comilança. Nas vitrines é quase impossível não encontrar motivos decorativos de um Natal importado: muita neve, Papai Noel, pinheiros, renas. Nada a ver com o calor do verão brasileiro, que anda insuportável até para nós.
Mas será que o Natal é só isso? Pois é, não deveria ser. O verdadeiro sentido dessa data vai muito além de gastar dinheiro. Mais que o nascimento de Cristo (que, aliás, nem nasceu nesta época, mas talvez lá por abril, segundo estudos de gente mais inteligente que eu), a época traz (ou deveria trazer) uma mensagem de amor, solidariedade e união. E, convenhamos, tem muita gente precisando disso mais do que de um presente caro.
Se a gente for lá na essência do Natal, lembra que é uma celebração de esperança e generosidade. Jesus veio ao mundo trazendo uma mensagem simples: amar ao próximo. Mas, na prática, muitas vezes esquecemos disso. Enquanto uns estão preocupados com o último modelo de celular ou com a ceia cheia de pratos caros, outros não têm nem o básico para sobreviver.
A boa notícia é que dá para resgatar esse sentido real do Natal. E sabe como? Fazendo a diferença na vida de quem mais precisa.
Existem tantas formas de espalhar esse espírito de Natal! Pense em quem está em situações difíceis: idosos em asilos, crianças em abrigos, famílias de baixa renda que mal têm o que comer. Essas pessoas não estão esperando grandes coisas, mas pequenos gestos que mostram que elas não foram esquecidas.
Visitar um asilo, por exemplo. Muitos idosos passam o Natal sozinhos, sem família por perto. Que tal reunir amigos ou parentes e ir lá, passar uma tarde com eles? Leve um bolo, refrigerantes, talvez alguns presentes simples (um sabonete para cada um, por exemplo), mas, principalmente, leve tempo e conversa. Nada substitui o calor humano, um sorriso sincero e uma boa prosa.

Para as crianças nos abrigos, o Natal pode ser um momento triste. Brinquedos novos ou usados em bom estado podem trazer alegria, mas carinho e atenção são presentes ainda maiores. Participar de ações nesses lugares, além de fazer doações de brinquedos, é uma forma de levar esperança para quem está começando a vida com tantos desafios. Em vez da dar presentes caros para a família, que tal comprar joguinhos e brinquedos para as crianças?
Uma cesta básica um pouquinho melhor, roupas ou um kits de higiene, alguns brinquedinhos simples ou usados em bom estado podem fazer uma diferença enorme para a população de baixa renda. Em Londrina, existem várias ONGs que organizam campanhas de doação, mas você também pode ajudar diretamente uma família que conheça.
Pode parecer clichê, mas doar é um dos atos mais bonitos que a gente pode fazer, porque transforma não só quem recebe, mas também quem dá. Quando você se dispõe a ajudar alguém, sente um quentinho no coração que nenhum presente caro consegue trazer. É como se o Natal finalmente fizesse sentido.
Além disso, a solidariedade pode virar hábito. O Natal é um ótimo momento para começar, mas por que não manter esse espírito vivo o ano todo?
Por um Natal com mais empatia
O apelo comercial do Natal nos empurra para o consumo desenfreado, como se o valor da data estivesse no tamanho do presente. Mas a verdade é que a gente não precisa de tanto. O que realmente importa é estar junto de quem amamos, criar momentos felizes e fazer o bem para quem precisa.
Se cada um de nós fizer um pouquinho, imagine o impacto. E não precisa de muito: uma visita, uma doação simples ou até mesmo uma conversa com alguém que se sente sozinho. Pequenos gestos têm um poder gigante.
Este ano, que tal ressignificar o Natal? Reúna sua família, amigos ou colegas e pensem em como podem ajudar quem está ao redor. Ensine as crianças que o Natal não é só sobre ganhar presentes, mas sobre dividir. Reserve um tempo para olhar para fora do seu círculo e levar luz para quem está no escuro.
No final das contas, o verdadeiro sentido do Natal está nas mãos de cada um de nós. E ele é simples: espalhar amor. Afinal, é isso que a data simboliza. Então, bora fazer a diferença?