É hoje (27)! Tetê e seres lisérgicos invadem o palco do Teatro Ouro Verde

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O circulasons 2024 recebe a estreia nacional do espetáculo “Tetê Espíndola : Sertão Lisérgica – Um olhar de Arrigo Barnabé”, obra inédita concebida e roteirizada por Arrigo e que comemora os 70 anos da artista mato-grossense

O LONDRINENSE com assessoria

A programação da quinta edição do circulasons faz uma homenagem ao tempo e aos laços que somos capazes de criar ao longo dele. O evento celebra os 70 anos da cantora e compositora Tetê Espíndola, o aniversário de Londrina que se aproxima dos 90 e uma amizade de mais de 40 décadas, festejada com um ‘teatro para os ouvidos’ no espetáculo  “Tetê Espíndola : Sertão Lisérgica – Um olhar de Arrigo Barnabé”, obra inédita concebida e roteirizada por Arrigo com estreia nacional em Londrina, cidade onde ele próprio nasceu, há 75 anos, nesta sexta (27), às 20h, no Teatro Ouro Verde.

Para contar essa história, viajamos no tempo e chegamos a 1977, quando Arrigo escutou pela primeira vez a voz de Tetê Espíndola, recém-chegada do Mato Grosso do Sul, junto de seus irmãos. Cabelos negros, uma calça Lee e blusa branca, a craviola dentro de uma capa costurada à mão. “Mais uma hippie”, pensou Arrigo, que na terceira música tinha o rosto molhado pelas lágrimas.

O jovem rebelde e experimentalista não conteve as emoções frente às composições de ingenuidade quase bucólica, um naturalismo vibrante e suculento do cerrado, uma mistura, segundo Tonho Penhasco (guitarrista, cantor e compositor), de Janis Joplin e Cascatinha & Inhana. Nascia também uma amizade entre  Tetê e Arrigo, algo nascido entre os pássaros livres do cerrado, os insetos que orquestram as noites no interior, dois artistas com o mesmo sangue interiorano nas veias.

circulasons estreia o show "Tetê Espúndola: Sertão Lisérgico - Um olhar de Arrigo Barnabé, nesta sexta (27), no Teatro Ouro Verde

O espetáculo, que estreia no circulasons e conta com a participação especial do violonista Gustavo Gorla, é um concerto teatral, uma conversa entre os dois parceiros, amigos, feiticeiros do tempo e do som, frente a um gênero musical histórico na cultura brasileira. “É a oportunidade de concretizar a ideia de um espetáculo que vai além das músicas. São textos especiais criados pelo Arrigo que elevam o clima do ‘show’ para o patamar de uma peça de teatro. Canto algumas desse universo lisérgico na craviola, exatamente como foram criadas”, revela Tetê Espíndola.

Neste “ser-tão” sem tempo ou gênero, a música e composições da dupla expressam essa sensação de pertencimento. Em cena, um grande caleidoscópio imagético, uma viagem lisérgica onde residem os sonhos herdados pela futura geração, espelhados pelo olhar da filha de Tetê, a cineasta Patrícia Black, que assina a coleção de lembranças em forma de efígies, projetadas no espaço do mais importante teatro da Cidade. Assina a produção do show, Janete El Haouli, juntamente com o ator e produtor Fabricio Polido.

Arrigo Barnabé também buscou inspiração no conceito de “teatro para os ouvidos”, de Alberto Muñoz, dramaturgo, poeta e compositor de Buenos Aires, para a concepção do espetáculo. Também bebeu na fonte de Ovídio (poeta romano) e “O Guesa”, obra do poeta Sousândrade, citado em “azul sertão formoso e deslumbrante…”

Barnabé vai a fundo e empresta seu olhar hipnótico, barroco e embriagante para narrar em música e poesia o Sertão de Tetê, que se torna a protagonista nesse lugar de sonho expressionista e mítico do parceiro de arte, um pulo no inconsciente de suas próprias músicas e paisagens, onde a vez e a voz são dos animais, insetos, águas, pedras e minerais. Um espaço dissolvido onde a lisergia expande a percepção temporal e histórica da paisagem civilizada dos homens.

Neste ‘ser-tão’ sem tempo ou gênero, além das composições de Barnabé e Tetê – “Iacoana”, “Canção dos Vagalumes”, “Jaguadarte”, “Paisagem Fluvial” –  ficam incluídas aquelas com alto grau de parentesco, raras e muitas praticamente inéditas pelo duo, como as do irmão Geraldo Espíndola, de Alzira E e também Carlos Rennó – “Pássaro do Pântano” e “Na catarata”.

Realizado pela TOCA arte ação criação, em 2024, o circulasons conta com o patrocínio da Amadeus Cervejaria, Bravino, Unimed e Sisprime. Idealizado pela musicista, artista sonora, produtora cultural e pesquisadora Janete El Haouli, o evento traz no nome o sentido do festival: fazer circular, pelas terras vermelhas do interior do Paraná, artistas e ações musicais e pedagógicas que valorizem a música do Brasil – vocal e instrumental.

Pelos palcos londrinenses, nomes de grande expressão da cultura nacional, artistas que contribuem e estimulam uma escuta sensível, pensante, instigante desde a realização da sua primeira edição, em 2018. Apoio da Casa de Cultura UEL, Rádio UEL FM, Hotel Crystal, ACIL, Brasiliano Restaurante, Caco Alimentação, Espaço Villa Rica, FUNCETIC, Ciliane Carla Sella de Almeida Advocacia, Loja Ciranda, Folha de Londrina, Ibrahim Gastronomia , Kinopus, Nosso Quintal, Livraria OLGA, Vertigo Filmes, Áudio Sonora e Visualitá Gestão de Design Estratégico. Os ingressos para o show estão à venda na plataforma Sympla.

“Tetê Espíndola : Sertão Lisérgica – Um olhar de Arrigo Barnabé”

Ficha Técnica

Idealização, roteiro e direção artística: Arrigo Barnabé

Criação vídeos, projeções e assistente de direção artística: Patrícia Black

Voz e craviola: Tetê Espíndola

Voz e piano: Arrigo Barnabé

Violão: Gustavo Gorla (participação especial)

Design de luz, coordenação de montagem técnica e operação de luz: Camila Fontes

Iluminador técnico e operador de maquinário: Guilherme Mantovani

Design de som, montagem técnica e operação de som: Ângelo Galbiati, Sara Secco Delallo e Samuel Lorenzett

Consultoria e cenotécnica: Gelson Amaral

Operação de vídeo e áudio: Carol Vacari

Sons eletroacústicos: Vitor Kisil

Figurino: Luisa Noel

Serviço: “circulasons 2024 : Tetê 70 – Londrina 90”

Espetáculo “Tetê Espíndola : Sertão Lisérgica – Um olhar de Arrigo Barnabé”, com Tetê Espíndola, Arrigo Barnabé e participação especial do violonista Gustavo Gorla

Dia: Sexta (27), 20h

Local: Teatro Ouro Verde (Rua Maranhão,85)

Ingressos: R$60 (meia-entrada, para todos) + taxa de serviço do Sympla.

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