Anos 1980, que época deliciosa. Guerra Fria no auge, Moscou recebendo os jogos olímpicos no começo da década e os EUA boicotando o evento. Impossível esquecer o painel feito pelos espectadores mostrando o mascote Misha chorando ao fim dos jogos

Quatro anos depois, em 1984, foi a revanche dos Estados Unidos, com a olimpíada de Los Angeles. Também teve boicote, dessa vez por parte dos russos. Mas também teve um cara voando de jetpack e outros tantos momentos emocionantes.
Nesse meio tempo, a Actvision (uma das maiores desenvolvedoras de jogos para o Atari 2600) não ficou parada. Deu a David Crane – autor de clássicos como Fishing Derby, Pitfall!, Freeway e Grand Prix – a tarefa de transportar o jogador direto da sala de casa para dentro de um estádio olímpico. O cara, como era de se esperar, fez um trabalho magistral com “The Actvision Decathlon”. Usando as limitações técnicas do console, ele conseguiu fazer com que os jogadores tivessem literalmente que se esforçar para conseguir boas pontuações nas dez modalidades apresentadas no jogo.

Isso porque para mover o atleta na tela era preciso mover também o joystick da direita para a esquerda rapidamente. Eu era um daqueles que confundia ritmo com excesso de força, e acabava invariavelmente com o controle avariado. Mas mesmo assim as conquistas valiam a pena: sem trocadilhos, eu era imbatível no salto com vara; meu pai, nos 100 metros rasos.

Todo esse papo de jogos olímpicos e rivalidades acabou pavimentando o caminho para que outros jogos de esportes viessem à luz. Um dos mais recentes e interessantes é o lançamento da Nintendo para as olimpíadas do ano que vem – Mario & Sonic at the Olympic Game Tokyo 2020. O jogo, exclusivo para Switch, traz os dois maiores rivais de todos os tempos dos videogames disputando várias modalidades olímpicas. O jogo tem suporte para multiplayer local e online, o que deve garantir várias horas de diversão.

O ponto que talvez mais chame a atenção dentro do jogo seja o modo história. O roteiro traz uma previsível união entre os vilões Bowser e Robotnik (ou Koopa e Eggmann, como queiram) para destruir os protagonistas Mario e Sonic. Para tanto, eles criam uma espécie de máquina do tempo e todo mundo acaba no passado, mais especificamente em 1964. Por que esse ano em especial? Porque em 1964 a capital japonesa também foi sede dos jogos olímpicos! Todos lá, vilões, heróis e coadjuvantes, também entram na disputa das modalidades. Só que tem um detalhe: na forma de sprites 2D. Genial!

A Sega fez um trabalho magistral de reprodução das arenas esportivas presentes nos jogos de 2020. O console não faz feio na parte 3D e mostra que, 240 frames por segundo e resoluções 4K à parte, o importante é se divertir. O jogo já está disponível para compra pelos canais oficiais da Nintendo.

Fotos: Divulgação
Fábio Calsavara

É jornalista e gamer raiz. Do tempo em que criança jogava fliperama em boteco de rodoviária.