Por meio da corrida de rua, a iniciativa investiga se o exercício pode melhorar as condições ou minimizar os efeitos adversos da doença e do tratamento oncológico
Agência UEL
Mais movimento, informação e desenvolvimento científico. Estes são os pilares do projeto de pesquisa e extensão “Correndo contra o câncer”, cujo objetivo é promover a prática de atividades físicas entre pessoas com câncer e sobreviventes. Por meio da corrida de rua, a iniciativa investiga se o exercício pode melhorar as condições ou minimizar os efeitos adversos da doença e do tratamento oncológico. A participação é gratuita, voltada para maiores de 18 anos e os interessados podem se inscrever no site do projeto. Para participar, não é preciso ter experiência com corrida.
A corrida de rua é a atividade física mais praticada no mundo todo por ser inclusiva, fácil e relativamente barata. A modalidade, assim como outros exercícios, também ajuda a amenizar diversas complicações associadas ao câncer e ao seu tratamento, como fadiga, dor, distúrbios do sono, perda de força, linfedemas, entre outras. Nestes casos, contudo, é importante que a atividade seja supervisionada, garantindo maior segurança e a saúde de quem a executa, bem como cuidados específicos para cada pessoa.
No projeto, o programa de exercícios é construído por profissionais e estudantes da graduação e pós-graduação de Educação Física, do Centro de Educação Física e Esportes (Cefe) da Universidade Estadual de Londrina (UEL). A corrida é combinada com o fortalecimento muscular, que ajuda a prevenir lesões. Todas as atividades são realizadas na instituição, mas podem ser oferecidas em outras localidades de Londrina a depender da demanda. O projeto tem apoio financeiro da Copel, por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte (Proesporte).
Conhecimento é inclusão
De acordo com o coordenador do estudo, Rafael Deminice, do Departamento de Educação Física, o projeto também promove conhecimento. Desde 2018, está sendo construída uma rede de contatos com pesquisadores, médicos oncologistas e instituições a fim de suprir a ausência de informação e promover conteúdos sobre o tema. “Tenho trabalhado com essa doença há quase 10 anos. Havia muito pouco material de fácil acesso, pouca informação disponível e, principalmente, muito pouca gente engajada para fazer com que pessoas que têm ou tiveram câncer fossem mais fisicamente ativas.”
Para o professor, o projeto ajuda a formar profissionais capacitados para trabalhar na área, que sejam precisos na prescrição dos exercícios, nos cuidados e no desenvolvimento de técnicas específicas. “Dependendo de quem chega, há condições diferentes, que requerem cuidados diferentes”, afirma. “A ideia é que os projetos de massificação do tema continuem, que a gente crie cursos de formação, ganhe mais engajamento e inserção na área médica”, explica Deminice.
Outubro Rosa
Criado em 1990, o Outubro Rosa é um movimento internacional de conscientização para o diagnóstico precoce do câncer de mama e, mais recentemente, do câncer de colo do útero. No dia 23 de outubro, a equipe do “Correndo contra o câncer” realizará uma ação em parceria com os residentes em Saúde da Mulher do Hospital Universitário (HU) da UEL e com o Movimento Mama Mestra. Trata-se da “Caminhada Contra o Câncer”, que ocorrerá a partir das 7h, nas proximidades do lago Igapó, na rua Wenceslau Braz, nº 400. Mais informações podem ser obtidas através das redes sociais pelo @correndocontraocancerbr.
Foto: Equipe do projeto “Correndo contra o câncer”. Atividade tem o patrocínio da Copel, Proesporte, Governo do Paraná e UEL/Agência UEL