Quero registrar aqui, nessa coluna, como vai ser minha luta contra a paralisia de Bell. Talvez isso possa ajudar alguém também
Telma Elorza
Equipe O LONDRINENSE
Começo meu relato nesta quarta parte do meu diário com uma boa notícia. Meu sorriso já não está tão torto. Já consigo mexer um pouco a parte direita do rosto, um grande passo para quem, há uma semana, não mexia nada. O sorriso já está alinhado, não sou mais um travessão (\). Eeeeeeee! Todos comemoram!
Pode parecer pouco para quem não tem e nunca teve uma paralisia de Bell. Mas para quem, como eu, já está na segunda, sabe que é uma grande vitória. Na primeira vez, só fui conseguir alinhar o sorriso depois de dois meses de fisioterapia e depois de incluir a acupuntura junto. Dessa vez, ainda nem comecei a fisioterapia formal. Como disse no capítulo anterior, estou fazendo os exercícios recomendados com um vídeo do Youtube, três vezes por dia.

Mas, como também disse no capítulo anterior, comecei uma outra terapia. A Sujok, com a irmã Pushpa Susaiappan, da Congregação das Irmãs Salesianas e coordenadora da Casa de Apoio Madre Maria Gertrudes, que fica lá no União da Vitória, na Rua dos Cozinheiros, 952. Gente, eu fui me consultar com ela no sábado (22), fiz tudo que ela recomendou (usei grãos de pimenta nos dedos, tomei floral, fiz compressão com gelo num ponto específico da cabeça antes de dormir e fiz bochechos com óleo de coco, além de usar o anel massageador) e domingo (30) comecei a perceber que já movia um pouco os músculos do lado direito da face. Você, caro leitor, não imagina minha felicidade. Estou um pouco menos feia. A comida já não cai (muito) do canto da boca. Falar está mais fácil.
Credito todo esse bom resultado ao Sujok, uma terapia maravilhosa. A terapia é uma espécie de acupuntura resumida, que trabalha os pontos correspondentes da doença apenas nas mãos e pés. A sessão dura quase uma hora e meia. Ela aperta pontos específicos do cabeça e corpo, massageia as mãos com uns instrumentos que doem à beça, massageia pontos dos pés e aí já não dói tanto e ainda usa biomagnetismo, com uns imãs espalhados pelo corpo.

No Sujok, a irmã, em vez de usar agulhas, usa grãos de pimenta do reino. Não dói? Dói. Quando a irmã pega naquele ponto que corresponde a parte afetada, dói pra caramba. Os grãos de pimenta enrolados nos dedos os fazem latejar de dor o dia todo. Tem horas que não aguento e tenho que tirar porque doem demais. Fica marcas fundas nos dedos. Ela também complementa o tratamento com sementes de mostarda nas orelhas, na conhecida auricoloterapia.
Eu estou recomendando uma visita à irmã para todo mundo que tem problema de saúde. Porque eu posso comparar o tratamento tradicional que fiz, no primeiro episódio que eu tive de paralisia facial, com esse. Levei dois meses para chegar no estágio em que estou com uma semana de tratamento não convencional. Os exercícios que faço ajudam? Ajudam. Mas o tratamento ajuda mais.
O melhor: a irmã ajuda todo mundo sem cobrar nada. Mas, claro, para manter a Casa de Apoio Maria Gertrudes – que é um centro comunitário maravilhoso, que dá capacitação profissional, aulas de inglês, francês, música, catequese e outros cursos, além de atendimento a dependentes químicos e doentes -, é preciso dinheiro, então doações são sempre bem-vindas.
A irmã Pushpa está montando uma casa de terapias alternativas lá na Vila Recreio, em um espaço que foi cedido a ela. A partir da próxima semana, os terapeutas alternativos voluntários que trabalham com ela devem começar atender os necessitados, principalmente moradores de rua. Ela também dará consultas lá. E todos que precisarem serão bem atendidos. Também vão precisar de doações. O centro de atendimento fica na Rua Vereador Manuel Branco, 91.
Quem quiser conhecer a irmã Pushpa e ajudar no trabalho maravilhoso que ela faz, pode agendar uma hora, pelo telefone (43) 99863-7231. Ela está precisando de psicólogos voluntários para trabalhar no Centro de Apoio. E também está organizando a vinda do guru indiano Vijayan, com quem aprendeu o Sujok, para Lodrina, em setembro, onde ministrará curso da técnica. Serão apenas 50 vagas. Quem tiver interesse, corre se inscrever. Vale a pena. É preciso mais gente fazendo Sujok em Londrina.