Quero registrar aqui, nessa coluna, como vai ser minha luta contra a paralisia de Bell. Talvez isso possa ajudar alguém também
Telma Elorza
Equipe O LONDRINENSE
Esta quarta-feira (26) completam duas semanas que me vi, de novo, com a cara torta, causada pela paralisia de Bell. Se você ainda não sabe como isso aconteceu leia aqui e aqui. Como gosto de deixar claro – muita gente me pergunta, preocupada -, estou bem de saúde de modo geral. Não dói nada e minhas faculdades mentais continuam afiadas. Se não fosse a cara torta, estaria com a saúde 100%. Até a gripe sarou.
A maior dificuldade, nessas primeiras semanas, é decidir como e o que fazer o tratamento. Uma das coisas certas é que tenho que fazer fisioterapia. Isso é básico. Mas também preciso fazer acupuntura (que me ajudou muito na primeira vez de paralisia) e quero tentar a eletroestimulação. Mas sem plano de saúde e com o dinheiro contado, a gente tem que priorizar algumas coisas.
Estou tentando a fisio pela rede pública de saúde mas, infelizmente, é um processo demorado. Não há vagas disponíveis tão facilmente para tratamentos especializados. O que a UPA me ajudou no começo, agora o serviço público vai contra a minha urgência. Infelizmente. Enquanto isso – ou até arrumar outras alternativas (tenho coisas em vista) – vou fazendo fisio pelo Youtube. Gente, o Youtube é uma mão na roda. Eu lembrava apenas de alguns exercícios de fisioterapia que fiz da última vez. Mas, com esse vídeo aqui, consegui lembrar de todos eles. Estou fazendo todos três vezes por dia, todos os dias, sem falhar.
Por outro lado, muitas pessoas estão dispostas a me ajudar. Principalmente no que se refere a tratamentos alternativos. Uma amiga me indicou a irmã Pushpa Susaiappan, da Congregação das Irmãs Salesianas e coordenadora da Casa de Apoio Maria Gertrudes, que fica no União da Vitória. A religiosa é natural da Índia e especialista em medicina alternativa, especialmente com técnica Sujok – uma terapia coreana que trabalha pontos correspondentes nas mãos e pés. Mas ela mistura também aromaterapia, a massoterapia, a auriculoterapia e florais, entre outros.
Eu fui lá, na Casa de Apoio, no último sábado, e saí de lá massageada, cutucada, apertada, com grãos de pimenta em três dedos das mãos, sementes de mostarda nas orelhas e uma receita de floral, além de um anel de metal para massagear os dedos e outras recomendações como por gelo em um ponto da cabeça antes de dormir. Só não aviei a receita do floral, ainda, porque não consegui ir ao centro da cidade fazer isso. Vai ajudar? Não sei, mas vou tentar tudo. Volto lá segunda-feira.
Aliás, um outro amigo meu quer que eu tente a cura prânica, uma outra terapia alternativa. Vou ter uma consulta sobre isso ainda essa semana. Depois eu conto como foi. Acupuntura também está engatilhada. Enfim, vamos indo. Eu estou tentando de tudo, até mascando chicletes direto que me indicaram para fortalecer os músculos da face. O importante é não se acomodar e esperar que, sozinho, o nervo se regenere e volte tudo ao normal. Pode até ocorrer, mas o pior é a sensação de “não fazer nada”.
Ah, para terminar, fui ao meu primeiro evento social, de vestidinho, sem um pingo de maquiagem e a cara torta. Até tentei passar um batom como teste, para ver como ficaria e, realmente, não deu muito certo. Coringa, é você? Quanto ao evento em si, foi normal. Vi algumas pessoas me olhando de esgueio mas preferi ignorar. Se não pode suportar uma cara torta, meu bem, morra!