Adolescentes têm assustado pais e médicos com consumo exagerado de álcool via anal, vaginal e até pingando no olho
Mirella Fontana
O LONDRINENSE
Os métodos nada convencionais para se embriagar de jovens e adolescentes vem preocupando tanto os pais quanto os médicos. Através de tubos inseridos no reto, eles introduzem uma grande quantidade de vinho ou vodca a fim de se embebedar mais rapidamente.
Outras práticas que também vem sendo difundidas são de meninas que encharcam absorventes internos de álcool e os colocam na vagina e outra conhecida por “vodka eyeballing” que consiste em pingar vodca nos olhos.
Isso acontece porque o ânus e a vagina possuem terminações nervosas e mucosas mais expostas, o que causa uma absorção mais rápida e compromete a percepção da quantidade ingerida.
Em entrevista ao portal Terra, o clínico geral do Hospital das Clínicas de São Paulo, Dr. Arnaldo Lichtenstein, explicou que “se for tomando de pouquinho em pouquinho, a pessoa vai sentindo e consegue identificar mais fácil a hora de parar. Mas, mesmo assim, depois de parar ainda há uma grande quantidade de álcool no estômago para ser metabolizado e, neste ponto é comum as pessoas passarem mal, vomitarem e colocarem para fora o que ainda não foi absorvido. No entanto, nestes casos de consumo por outras vias, a substância vai ficar ali até ser completamente absorvida”.
O álcool, assim como algumas drogas, é mais rapidamente absorvido pelas mucosas do corpo, desde a boca até o ânus e a vagina. “A absorção é muito grande pelas mucosas. Se você bebe uma taça de vinho e demora uma hora ou duas para ser processado, o consumo pela mucosa leva minutos”, explicou o Dr. Arnaldo Lichtenstein.
“O problema é que o álcool é irritante. Do mesmo modo que irrita o estômago, vai irritar o olho e causar uma conjuntivite, no ânus e na vagina vai acontecer a mesma coisa e pode gerar problemas sérios a curto, médio e longo prazo”, esclareceu o clínico do HC.