Rosácea: uma doença crônica que muita gente não sabe que tem!

rosacea

Você sabia que pode ter uma doença chamada rosácea e nem perceber? Pois é! Caracterizada por ser uma inflamação vascular crônica, atinge entre 1,5% e 10% das populações estudadas, conforme a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), sendo mais comum em adultos entre 30 e 50 anos de idade, com maior frequência em mulheres. E sabe por que a gente nem percebe que tem? Porque a primeira manifestação, chamada de pré-rosácea, começa com uma tendência à ruborização fácil, na maioria dos casos passageira. E, com o tempo, evolui para um vermelhidão persistente (eritema) no centro da face, com expansão para bochechas, nariz, testa e queixo.

A SDB elenca alguns fatores que contribuem para o aparecimento da rosácea, sendo eles predisposição genética, alterações emocionais e hormonais, mudanças bruscas de temperatura, exposição ao sol, uso de bebidas alcoólicas, medicamentos vasodilatadores ou fotossensibilizantes, ingestão de alimentos muito quentes, entre outros. Dependendo do grau de gravidade, pode ocorrer coceira e sensação de ardor. Mas, em metade dos casos pode surgir o que chamamos de rosácea ocular, uma lesão nos olhos com danos na córnea. Os mais graves mesmo estão relacionados ao aparecimento de nódulos inflamatórios no nariz, aumentando o seu tamanho e deixando com um aspecto disforme e bulboso.

Não é difícil diagnosticar a rosácea. Somente em poucos casos é que se faz necessária uma biópsia. Entretanto, não há cura para esta doença. O que existem são tratamentos, alguns capazes de reverter o quadro, dependendo do grau de gravidade. Podem ser recomendados cremes locais, antibióticos, cirurgias a laser, eletrocirurgia, luz intensa pulsada e dermoabrasão. Por isso é que o importante mesmo é evitar os fatores de risco, que, inclusive, ajudam a prevenir outros inconvenientes. Por exemplo: evitar a exposição excessiva ao sol previne também o câncer de pele. E assim por diante.

Usar sempre o protetor solar é a recomendação básica. Já falamos sobre este assunto em outro artigo, sobre a necessidade de usa-lo também no inverno ou em dias mais frios. A mesma recomendação, e pelos mesmos motivos, vale sobre evitar banhos quentes e muito demorados. No mais, não se assuste. Embora a doença seja crônica, é benigna.

Foto: Pixabay

Paula França Müller

Médica em Londrina, formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) especialista em saúde da família e pós-graduanda em dermatologia pelo Instituto Superior de Medicina (ISMD), de São Paulo. Hoje atua como médica do Programa Saúde da Família na unidade básica de saúde do Jardim Santo Amaro, em Cambé, além de clinicar e integrar o corpo de professores da Pontifícia Universidade Católica (PUC), campus Londrina.

Paula França Müller

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Anuncie no O Londrinēnse

Mais lidos da semana

Anuncie no O Londrinēnse

plugins premium WordPress