Segundo informações do processo, o ex-deputado teria cometido crime de arregimentação de eleitor ou boca de urna
Telma Elorza
O LONDRINENSE
O ex-deputado federal e novo secretário de Governo de Londrina, Alex Canziani Silveira, está respondendo um inquérito na Polícia Federal por arregimentação de eleitor/boca de urna. O processo foi aberto pela Delegacia de Polícia Federal de Londrina, sob a responsabilidade do delegado federal Altair Galvão, e está correndo na 058ª Zona Eleitoral de Bandeirantes (PR). As informações estão no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em consulta pública que pode ser feita no link Processo Judicial Eletrônico (PJe).
Pelo sistema, o cidadão pode realizar pesquisa a dados básicos do processo, como número, nome das partes, movimentação processual, sentenças, votos e acórdãos. Também é possível fazer o levantamento em todas as instâncias da Justiça Eleitoral, não apenas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), suprindo a necessidade antes existente de percorrer cada um dos sites dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs).
Crime – De acordo com a legislação eleitoral, boca de urna é um crime eleitoral que consiste basicamente em aliciar o eleitor, por meio da distribuição ou veiculação de propagandas políticas, para, assim, convencê-lo a votar em determinado candidato ou partido, especificamente no dia do pleito. As punições previstas para quem comete um crime do tipo é a detenção, por seis meses a um ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período. E o pagamento de uma multa no valor de 5 mil a 15 mil Ufirs (Unidade Fiscal de Referência). Além disso, caso seja condenado,, pode sofrer suspensão de direitos políticos.
Informações – Segundo despachos encontrados na página, o processo foi aberto em 2019, sob o número 270/2019, mas mudou para a nomenclatura IPL 2020.0085544 , em agosto de 2020. A reportagem está tentando obter mais informações sobre o caso junto à Polícia Federal, tentando entrevistar o delegado responsável pelo caso. Depois de várias ligações e encaminhamento de email, até o final da tarde desta quarta-feira (13), o jornal não obteve respostas.
Canziani disse que desconhecia o processo e foi se informar sobre o caso. Depois de várias horas, retornou com a informação que, nas eleições de 2018, quando concorreu ao Senado, foram encontrados “santinhos” nas ruas, no dia das eleições. “Imagine eu, candidato a senador, com campanha no Paraná inteiro, vou saber o que alguém pode ter feito em Bandeirantes no dia da eleição”, justificou. De acordo com ele, outros candidatos também teriam sido relatados como “beneficiados pela prática” em relatório circunstanciado.
Segundo Canziani, seu advogado vai se informar sobre quais os passos que devem ser dados. “E vou pedir para ser ouvido o mais rápido possível”, disse.