Erika Zanon, jornalista
Ansiedade, excesso de trabalho, mudança na rotina, solidão. Para muitos profissionais está difícil viver o home office “inesperado”, imposto como medida para conter a pandemia do Coronavírus. E tudo bem se não está fácil para você. Não somos máquinas. A mudança foi rápida demais e há muita coisa para cuidar nesse momento.
Na teoria, algumas dicas básicas podem colaborar para que as pessoas se organizem melhor para trabalhar em casa, como ter um espaço reservado ou manter uma alimentação saudável. Na prática, porém, tentar seguir o mesmo ritmo ou organização da atividade que se tem na empresa em casa pode ser muito difícil, pode gerar conflitos com chefes ou subordinados e ampliar o estresse de quem viu a rotina profissional ruir e ainda precisa lidar com a angústia de uma pandemia e a pressão em alta no mundo corporativo nesse momento.
Respire! Isso vai passar. Mas enquanto não passar, talvez você precise compartilhar o que não está bom com quem trabalha com você e quais medidas podem colaborar para que o home office seja menos penoso.
E isso pode ser outro problema: Como conversar com os colegas de trabalho, expor as dificuldades, pedir colaboração ou mesmo oferecer ajuda? A Comunicação Não Violenta pode ser um apoio nessa conjuntura, uma vez que nos convida a buscar uma real conexão com o outro e, a partir dela, expressar com clareza nossas necessidades e nossos pedidos. “Se enxergarmos os outros como seres humanos, podemos nos conectar com quem quer que seja”, disse Marshall Rosenberg, criador da CNV.
No meio da confusão, é compreensível que a gente não tenha clareza do que esta vivendo e sentindo. Por isso é importante parar, observar e pontuar todas as questões e então buscar a melhor maneira de tornar esse momento mais tranquilo, respeitando a própria condição e a das outras pessoas. Avalie o que é possível colocar em evidência nessa fase, mas antes de tudo tente se conectar com você mesmo e com o que é importante para tornar sua vida melhor.
A mudança de paradigma pode acontecer quando conseguirmos dialogar a partir do ponto em que enxergamos uns aos outros como seres humanos, com seus desejos e limites e, acima de tudo, com o que é precioso para cada um de nós.
Que o home office inesperado seja a abertura para novas descobertas, conhecimento, conexão e empatia.
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