Se por aqui ainda vivemos os dilemas e problemas do isolamento ou falta dele, na Europa a maioria das cidades já retomou as atividades normais após uma queda significativa dos casos de Covid-19.
E, como a gente já disse, o novo normal não tem parecido exatamente novo. Nem no mundo da moda. Se, por um lado, as apresentações digitais de coleções e campanhas vieram pra ficar, por outro a maioria das grandes grifes já ensaia uma volta aos formatos tradicionais.
Já se sabe que a próxima semana de moda parisiense será presencial. Os desfiles, que acontecerão de 28 de setembro a 6 de outubro, serão físicos e terão apenas um complemento digital. “O evento cumprirá as recomendações das autoridades”, anunciou a Fédération de la Haute Couture.
Essa experiência já foi feita em alguns lugares e o resultado não foi positivo: convidados sem máscara e sem respeitar o distanciamento social foram duas constantes.
Em Londres, marcas como a Burberry já disseram que vão sim optar por desfiles e apresentações físicas, já que estas que não seriam adequadamente substituídas pelas virtuais. A opção deve ser por um local ao ar livre.
Com desfiles que acontecerão de 22 a 28 de setembro, a semana de moda de Milão já está bem estruturada e deve contar com apresentações físicas e virtuais. No entanto, 28 marcas já fizeram opção pelo desfile presencial. Das grandes grifes, apenas Dolce & Gabbana, Salvatore Ferragamo e Prada anunciaram que farão inserções digitais.
Já a semana de Nova York deve ser bem enxuta, com apenas 3 dias de desfiles (14, 15 e 16 de setembro). Quase sem nomes de peso, as apresentações devem ser devem todas – ou quase todas – digitais, uma vez que a cidade ainda enfrenta o caos da pandemia.
Confesso que eu, daqui do meu note, estou animada ma non troppo. Acho difícil aparecer alguma grande surpresa nesse momento, alguma coleção realmente arrebatadora – e espero eu mesma estar redondamente enganada. Ainda que o novo normal seja bem antigo e normal mesmo, as consequências da pandemia ainda devem ser sentidas até o fim do ano/primeira metade do ano que vem, e, pensando nisso, é provável que tenhamos desfiles mais enxutos e mais “conservadores”, mesmo os presenciais.
Aguardemos.
Ana Paula Barcellos
Escritora, mocinha do medalhão persa, marketeira e pesquisadora de tendências. Trabalha com as marcas Madame B., Maria Jujuba Rock e Pinacola.
Foto: Dior/Divulgação
