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Mulher na política melhora gasto público e, veja só, contribui para paz

Por Márcia Huçulak

Vivemos um tempo em que a cada dia aparecem mais e mais evidências da necessidade de ampliar a participação das mulheres nos espaços de poder – sejam eles na vida pública ou em empresas, ONGs e outras instituições.

É necessário corrigir distorções que não cabem mais no nosso tempo.

Somos 51% da população brasileira, mas só 18% na Câmara dos Deputados, 16% no Senado e 18% na Assembleia Legislativa do Paraná. O número de prefeitas no país não chega a 12% (658 mandatárias, num universo de 5.570 municípios, sendo apenas uma em capital de estado). Nas companhias privadas, menos de 20% dos cargos diretivos são ocupados por mulheres.

Apesar dessas diferenças gritantes e de legislações que estabelecem mais isonomia, a evolução ocorre muito lentamente.

Mudar esse estado de coisas vai além de “apenas” promover justiça entre gêneros – uma causa por si só nobre.

A participação das mulheres melhora, por exemplo, as políticas públicas.

Robert Trager e Joslyn Barnahrdt demonstram no livro “The Sufragist Peace: How Women Shape the Politics of War” (A Paz Sufragista: Como as Mulheres Influenciam a Política da Guerra, em tradução livre): o direito ao voto mudou o uso do orçamento público.

Na medida em que mais mulheres passaram a votar, os gastos dos países foram redesenhados, sendo que as áreas de saúde e educação passaram a receber mais recursos. Há uma relevância enorme nisso.

Outro fato de destaque: países onde mulheres não podem votar têm 30% mais chances de se envolverem em guerras em comparação com aqueles onde as mulheres participam do sistema eleitoral, apontam os autores.

Portanto, um direito elementar – o voto – resultou, historicamente, em uma redistribuição massiva de poder, com impactos positivos evidentes.

Mulher na Política – nos espaços de poder e tomada de decisão

Com base nesse cenário passado podemos vislumbrar um futuro em que passemos a ser parte mais efetiva nos espaços de poder e de tomada de decisão.

Temos, então, uma grande causa, com muitos e substanciais argumentos em prol de uma sociedade melhor e mais justa.

Esta coluna irá abordar outras facetas deste tema, que será recorrente, mas não único neste espaço. Pretendo repartir com as leitoras e leitores informações e análises sobre temas relevantes para avanços na gestão pública, que afetam diretamente a qualidade de vida da população.

Agradeço às editoras de O Londrinense pela oportunidade. Tenho certeza de que será uma troca de ideias muito rica e produtiva.

Até a semana que vem, neste espaço!

Márcia Huçulak

Desde que a mulher passou a votar, políticas públicas melhoraram. Mas a mulher na política, eleita, ainda é minoria
Divulgação/Alep

Como secretária de Saúde de Curitiba (2017/2022), liderou o enfrentamento da pandemia de covid-19 na capital – trabalho reconhecido nacionalmente. Formada em Enfermagem pela PUC-PR, tem mestrado em Planejamento de Saúde pela Universidade de Londres (Inglaterra) e especialização em Saúde Pública pela Fiocruz. Elegeu-se deputada estadual em 2022 pelo PSD, sendo a mulher mais bem votada do estado e a mais votada (entre homens e mulheres) de Curitiba. Encontre a Márcia Huçulak nas redes: site
www.marciahuculak.com.br; Instagram: @marciahuculak; Facebook: Márcia Huculak. Telefone gabinete: (41) 3350-4223.

(*) O conteúdo das colunas não reflete, necessariamente, a opinião do O LONDRINENSE.

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2 Comentários

  1. Sim, precisamos de mais mulheres na política, mas que façam realmente a diferença.
    Damares, Flordelis, Jessicões, Zambellis, Zanattas, sinceramente não contribuem para enriquecer as mulheres na política. São perfis nefastos.
    As mulheres da extrema-direita votaram contra a igualdade salarial entre homens e mulheres.
    O Congresso Nacional está aprovando a PEC da Anistia, que anistia os partidos políticos que não respeitaram a cota feminina e negra, e pasmem, querem diminuir a cota e existe proposta vinda de mulheres para acabar com a cota de 30%.
    Não temos qualidade de homens na política, não temos qualidade de mulheres na política, com honrosas exceções.
    O Congresso Nacional está vivenciando a sua pior legislatura.
    A Assembleia Legislativa do Paraná está vivenciando a sua pior legislatura.
    Reitero, com honrosas exceções.

  2. Importante espaço de socialização das demandas que circulam na Assembleia Legislativa que possibilitam que coletivos de mulheres possam reforçar com um debate participativo! Parabéns ao jornal por proporcionar essa oportunidade e à deputada pela disponibilidade!

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