Devo tomar a iniciativa com os homens?

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Por Telma Elorza

“Estou interessada num colega do trabalho, há tempos. Ele parece gostar de mim também e temos longas conversas sobre tudo, quando saímos em grupo para o happy hour. Todo mundo já acredita que temos um relacionamento, mas ele não toma a iniciativa de me chamar para sair só nós dois. Estou ficando ansiosa e já meio nervosa com isso. Devo tomar a iniciativa e convidá-lo? Será que isso pode assustá-lo?”

Ai, o eterno dilema da mulher que não sabe se vai à luta e mata o dragão sozinha ou espera eternamente pelo “príncipe no cavalo branco”.

Bom, amiga. Você não me deu muitos detalhes sobre o tal cara, não sei como é o temperamento dele, caráter, etc. Você vai ter que avaliar sozinha as atitudes dele, antes de tomar uma decisão. Porque há três cenários possíveis se você tomar à frente e partir para convidá-lo.

No primeiro cenário e, na minha opinião, o ideal, ele vai gostar da sua iniciativa, aceitar e pode ser que engatem um romance. Tudo ótimo, perfeito, os dois felizes.

No segundo cenário e não muito promissor para você, ele vai aceitar e tentar se aproveitar do momento para transar e, depois, sair de cena – com qualquer desculpa possível ou nem isso, mais provável que utilize o ghosting.

O terceiro cenário ele vai simplesmente dizer não. Pronto, acabou.

O primeiro cenário nem preciso comentar, né? Esse colega seria um cara moderno, antenado e nada machista, um par perfeito para uma mulher moderna e que não tem medo de lutar pela sua felicidade.

Mas o segundo e o terceiro valem alguns comentários porque a propabilidade de acontecer é maior que o primeiro.

Ainda temos uma grande luta pela frente para vencer alguns que estão ainda mais arraigados na mente masculina e também, infelizmente, na feminina. Tomar a iniciativa com os homens é uma delas.

Tomar a iniciativa com os homens

A sociedade ainda é muito machista e patriarcal. Embora muitos homens tentem se livrar de preconceitos que são incutidos nas suas mentes desde bebês, ainda temos uma grande luta pela frente para vencer alguns que estão ainda mais arraigados na mente masculina e também, infelizmente, na feminina. Tomar a iniciativa é uma delas.

A mulher tem conquistado, cada vez, mais espaço autônomo dentro da sociedade, principalmente no trabalho. Mas, na questão dos relacionamentos, essa autonomia ainda gera muita confusão. A sociedade nos cobra sermos mulheres fortes, independentes, mas também doces e submissas aos homens. E a esperar que eles nos escolham.

E, para a maioria, mulher que toma a iniciativa ainda é vista como “atirada”, “vagabunda”, “louca por sexo”. Ou seja: ele pode até aceitar sua investida, mas será apenas para passatempo, uma noite e nada mais.

Por isso que eu sugeri que observe as atitudes dele, as brincadeiras que faz com os colegas e, também, as longas conversas que teve com você. Só assim pode definir se, no fundo, ele é um machista que vai querer apenas se aproveitar da situação. E decidir se vale ou não a pena.

No terceiro cenário, o da negativa, pode estar tudo isso que eu disse acima, porém ele não quis tirar proveito da situação. O que é um ponto para ele. Mas também pode ser apenas que ele não está interessado em você como mulher, apenas como amiga e companheira de papo.

E porque eu digo isso? Porque, com exceção daqueles caras extremamente distraídos ou tímidos, o homem quando se interessa por alguém, vai atrás, toma a iniciativa, não perde tempo (sabe que corre o risco de perder essa mulher maravilhosa para outro cara). E, se ele ainda não tomou essa iniciativa, sinto lhe dizer que pode ser que ele queira só sua amizade.

Minha sugestão é que avalie bem suas chances e tome sua decisão sabendo de antemão o que esperar.

E saiba lidar com as consequências. Afinal, ouvir um não pode doer também. Mas não deve abalar sua autoestima

Espero que tenha ajudado.

Se tiver dúvidas sobre relacionamentos, me mande um e-mail no telma@olondrinense.com.br

Quem é a Tia Telma

Telma Elorza é jornalista, divorciada e adora dar pitaco na vida dos outros. Mas sempre com autorização.

Arte: Mirella Fontana

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(*) O conteúdo das colunas não reflete, necessariamente, a opinião do O LONDRINENSE.

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