Profissional pode participar de todas as fases de produção de cerveja, como a escolha da matéria-prima, na melhoria e otimização de processos e na formulação de receitas
O LONDRINENSE com assessoria
O setor cervejeiro nacional tem expandido suas atividades. É o que mostra o Anuário da Cerveja 2021, divulgado recentemente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com um total de 1.540 cervejarias registradas no Brasil em 2021, o que representa um incremento de 12% na comparação com 2020, quando haviam 1.383 estabelecimentos. O crescimento do setor representa oportunidades de trabalho para os Engenheiros de Alimentos, que participam de todas as fases de produção da cerveja. O Paraná, por exemplo, é o quinto Estado com o maior número de cervejarias, com um total de 158 estabelecimentos. Em 2020 eram 146 e, no ano anterior, 131. À frente estão São Paulo (340), Rio Grande do Sul (285), Santa Catarina (195) e Minas Gerais (189).
Curitiba também está entre os três municípios com o maior número de cervejarias no Brasil, com 25 unidades, o que representa 15% do total do Estado. Em primeiro lugar aparece a cidade de São Paulo (51) e, sem seguida, Porto Alegre (43). O Anuário mostra ainda que no Paraná existe uma cervejaria para cada 73,4 mil habitantes. Já no Brasil é uma cervejaria para cada 137,7 mil habitantes.
A Engenheira de Alimentos, Renata Samulak Marinho, formada em 2008, na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), explica que o papel do Engenheiro de Alimentos na indústria cervejeira é amplo e seu papel é de extrema importância, podendo atuar na melhoria de processos, desenvolvimento de um novo produto ou de uma nova formulação, no controle de qualidade ou na implantação de ferramentas de gestão.
“Além disso, toda a indústria que produz cerveja precisa ter um responsável técnico, e o Engenheiro de Alimentos pode ser esse profissional”, pontua, ao frisar que a grade curricular do curso, com disciplinas como microbiologia, tecnologia das fermentações, bioquímica dos alimentos, gestão industrial e gestão da qualidade, torna os profissionais aptos e qualificados para tal função.
Com pós-graduação em Gestão de Qualidade, Segurança Alimentar e Gestão Industrial, e mestrado em Engenharia de Produção, Renata trabalha atualmente como consultora. Já atendeu diversas microcervejarias de Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, e em Guarapuava, na região Centro do Estado, que buscam melhorar seus processos de gestão e implantar ferramentas de qualidade como, por exemplo, de Boas Práticas de Fabricação.
“Os dados do Anuário da Cerveja demonstram que o setor cervejeiro vem evoluindo quantitativamente e qualitativamente e resiliente às crises internas e externas. O aumento no número de cervejarias e cervejas, ano a ano, exemplificam a expansão do mercado, o que evidencia que a atividade caminha firmemente”, relata o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do Mapa, Glauco Bertoldo.
Saiba mais
O Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja do mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Ao todo, as cervejas brasileiras foram para 71 países, resultando em um faturamento de US$ 131,5 milhões. Os principais destinos são os países da América do Sul, que respondem por 99% das vendas externas. O Paraguai é o principal destino da cerveja brasileira, seguido pela Bolívia, Chile, Argentina e Uruguai.
A profissão
O Paraná concentra 410 Engenheiros de Alimentos, conforme dados do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR). O profissional atua na maioria das etapas da cadeia produtiva dos alimentos, em especial nos que passam por algum processo de industrialização ou que demanda manipulação. É responsável por acompanhar desde a seleção de matérias-primas até o produto final.
A profissão é fiscalizada pelo Crea-PR, que verifica se os serviços relacionados à atividade são realizados por um profissional responsável e se há o respectivo registro de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).
Foto: Ilustrativa