Uma sociedade cada vez mais tecnológica e digital, além de um mercado de trabalho sempre mais exigente e com exigências diferentes: habilidades, em vez de conhecimentos mecânicos reproduzidos no nosso ultrapassado sistema educacional. O mundo mudou e a escola também. Não estamos mais no tradicional ensino-aprendizagem em que o professor é detentor do conhecimento e o aluno, receptor. Ao contrário, o estudante é protagonista do processo e a ele devem ser dirigidas todas as atenções.
Além das já velhas conhecidas habilidades de comunicação, de resiliência, de conectividade interpessoal e de tantas outras que a geração anterior a esta insistia em mostrar no currículo, os jovens de hoje precisam ter noção de outros talentos: tecnologia, mundo digital, robótica, internet das coisas, impressão 3D, design thinking e adaptative learning, entre outras. Todas necessárias à nova realidade do mundo, não apenas do mercado de trabalho, mas da sociedade do século XXI.
Já passou o tempo em que o giz ditava o conteúdo. Nosso olhar não está mais voltado para a lousa. Agora, o comando é do touch screen. E é de lá que vêm as novidades e boa parte do conhecimento que os jovens e adolescentes absorvem. Se os professores, alguns duas gerações anteriores aos seus alunos, não se adaptarem, serão eles quem ficarão para trás. E não preciso nem dizer que a velocidade das mudanças é muito rápida. E as novidades duram tanto quanto um piscar de olhos.
O discurso, inclusive, passa pela transformação da escola em centros de treinamentos de habilidades, que, além das disciplinas tecnológicas, deverão estimular o pensamento crítico, a resolução de problemas, a pró-atividade, a liderança, a consciência cultural, enfim, o desenvolvimento de um ser humano de alta performance. É nesse sentido que o aluno é protagonista de sua própria aprendizagem, pois é estimulado a ser criativo e a sair de seu lugar-comum para ir ao encontro do conhecimento.
Esta mudança que mexe com a sociedade toda não é um processo fácil. Mas, é necessário e irreversível. Não tem mais volta. Será que estamos preparados para essa revolução na educação?
Foto: Pixabay
Tiago Mariano
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Formado em História pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), pós-graduado em Ensino e História. Atualmente ministra aulas no Colégio Estadual Olavo Bilac, em Cambé, no Colégio Maxi, em Londrina, e é coordenador pedagógico da startup londrinense EducaMaker. Em 2018, foi premiado pela Google for Education (2018) com o primeiro lugar nacional no Programa Boas Práticas pela criação de um método de formação de alunos de alta performance.