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Por que homens têm medo da mulher que toma iniciativa?

Por Telma Elorza

“Fiquei com um cara numa balada, muitas cervejas depois e mais alguns amassos no carro, cada um foi pro seu lado por compromissos inadiáveis no dia seguinte. Mas, no outro dia, liguei pra ele e disse que queria concluir o que a gente começou. Solteira, filhos criados, sem compromisso e dona de mim, era natural dizer que estava a fim. Apesar da sintonia da noite anterior, ele pulou fora. Não entendi o que aconteceu. Uma mulher não pode ter iniciativa de falar que quer ir para cama com o cara?”

O desabafo da leitora mostra uma situação até comum, por incrível que pareça: quando as mulheres tomam a iniciativa, o cara foge. Bobagem, poderá dizer um ou outro. “Como assim, recusar sexo fácil? O cara é louco!”, podem dizer outros. Mas acontece. E muito.

A verdade é que, em 2022, os homens ainda se assustam com mulheres empoderadas, que não perdem tempo em ir atrás daquilo que querem. E se isso significa apenas uma noite de sexo, o conservadorismo masculino recua horrorizado.

Para uma grande parcela da população, principalmente entre os homens com mais de 40 anos, ainda é o papel do homem “conquistar” a mulher. Ela, submissa, deve se deixar ser conquistada. Esse homem pode aceitar um não até tranquilamente, mas nunca que ela tome a dianteira. Acho que eles se sentem menos homens.

Tenho uma amiga, uma mulher linda, inteligente, pós-doutora, que enfrenta dificuldades em encontrar um relacionamento, por que é vista como “durona” ao negociar com empresários de igual para igual. Ela se queixa sempre comigo sobre isso. É como se o seu lado profissional, que não deixa se posicionar de igual para igual com os homens, afastasse qualquer possibilidade de um envolvimento romântico já que imaginam que ela seria também dominante na cama. E o homem conservador não quer ficar “por baixo” na relação.

A boa notícia é que a nova geração está vindo mais aberta. Homens mais jovens já sabem lidar tranquilamente com a iniciativa da parceira e não veem isso como uma “diminuição” na sua masculinidade.

Assim, recomendo a leitora que procure se envolver com homens mais novos. E não se deixe intimidar por recusas dos conservadores. Quem perde o mulherão são eles, não é mesmo?

Quem é a Tia Telma

Telma Elorza é jornalista, divorciada e adora dar pitaco na vida dos outros. Mas sempre com autorização.

Arte: Mirella Fontana


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