Socorro, não aguento mais minha cunhada!

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Por Telma Elorza

“Sou casada há dois anos e não suporto mais minha cunhada. Ela é muito intrusiva e está sempre em minha casa, com os filhos pequenos, e a usa como extensão da casa dela. Abre a geladeira, come tudo o que vê, faz a maior bagunça e não arruma nada. Nem as crianças são tão mal educadas como ela. Já reclamei para meu marido, mas ele fala que ela não faz por mal, apenas que se sente à vontade conosco. Gostamos muito das crianças que são uns amores e não parecem nada com ela. Mas não estou aguentando mais, principalmente depois que ela pegou algumas roupas minhas sem avisar. O que posso fazer para mudar isso?”

Calma, amiga, respira! Mulher, dá pra sentir o seu desespero daqui. Ter uma cunhada folgada, que se sente mais em casa que você mesma, não é fácil não. Ainda mais quando ela entra com os dois pés no sofá, abre sua geladeira, faz bagunça e ainda leva suas roupas como se fossem dela. Que abuso! Acho que vocâ aguentou muito e foi ainda foi simpática por tempo demais.

A boa notícia é: dá para TENTAR mudar isso sim, e sem virar vilã da novela.

Primeiro, uma conversa sincera com a cunhada

Sabe aquele papo reto, sem rodeios, mas com um sorriso no rosto? É isso. Chama a bonita num canto e fala com jeitinho, mas deixando claro que algumas coisas estão passando dos limites. Tipo: “amiga, gosto de você, mas preciso pedir umas coisinhas pra manter a paz aqui em casa.” Não precisa brigar, mas também não dá pra continuar engolindo sapo.

Impor regras é o principal, nesse caso. A frequência que sua cunhada vai na sua casa, por exemplo. Você disse que ela vai “sempre”. Mas esse sempre é o que? Todo dia, todo final de semana? Imponha limites na visitação. Tipo: “olha, cunhada, por favor, não venha mais todo dia (ou todo final de semana). Temos compromissos e, francamente, vocês acabam atrapalhando. Vamos estabelecer dias para vocês virem, mas assim, com essa frequência, não está dando certo. Também preciso de uns dias de silêncio, viu? Minha cabeça está a mil.”

Sobre as roupas pegas sem permissão, seja bem sincera: Que tal tentar um “Olha, fulana, vou ser bem direta: eu não gostei de você ter pegado minhas roupas sem me avisar. Isso é falta de respeito. Minhas coisas são minhas, não é só chegar e usar como se fosse tudo de todo mundo. Se quiser alguma coisa, pede. É o mínimo. Invadir o espaço dos outros desse jeito não é legal, e eu não vou aceitar isso mais, ok? E se não aceitar, vou trancar meu guarda-roupa”.

Já sobre as comidas, também deixe claro que você tem um orçamento e que precisa ser responsável no abastecimento da casa, para não complicar a vida do casal. Afinal, comida anda muito cara e três pessoas a mais, comendo sempre na sua casa, onera muito o orçamento. Tente um: “que tal jantar na sua casa antes de aparecer por aqui? Se quiser, ensino as receitas”.

Você pode manter o carinho pelas crianças (que pelo visto são uns amores!) e, ao mesmo tempo, deixar claro que não é obrigada a ser o clube da Luluzinha 7 dias por semana. Gosta deles? Maravilha! Então chame pra programas fora de casa de vez em quando: cinema, pracinha, sorvete… assim você curte sem virar refém.

Marido passivo precisa de um chacoalhão

Se seu marido passa pano para sua cunhada e fica dizendo que ela “não faz por mal”, dê um chacoalhão nele. Senta com ele e explica que não é sobre maldade, é sobre respeito. Você é a esposa dele, está no mesmo time! Ele precisa apoia-la, senão vira dois contra um, e não é justo. Mostra como isso está lhe desgastando e que, pra relação de vocês seguir leve e – principalmente – firme, ele vai ter que sair do muro e apoiar suas decisões. Ou está com você ou não. E você gostaria mesmo de ficar com um cara que não a apoia como companheira/parceira?

Mostre a ele que não é drama, é autocuidado. Ele pode até reclamar que é “frescura” (os homens têm essa tendência), mas não é. Você tem direito ao seu espaço, sua paz, seu sofá, sua comida e seu guarda-roupas sem tê-los saqueados. Você merece respeito dentro da sua casa, um lugar que deveria ser seu porto seguro. E se ele não se posicionar agora, daqui a pouco ela estará dormindo no seu quarto, pegando mais roupas e dando ordens como se a dona fosse.

Se depois de tudo isso, ela continuar invadindo sua vida, talvez seja o caso de cortar o barato mesmo. Até sendo grossa, se for o caso. Se mora em apartamento, não deixe subir. Se mora em casa, não atenda a porta. Se afasta e cuida de você. Às vezes, a distância é a única linguagem que o povo folgado entende.

No fim das contas, amiga, não se sinta culpada por colocar limites. Você não é chata, não é rabugenta, muito menos ruim com a família do seu marido. Você só quer o mínimo: respeito! E isso não é pedir demais. Seja firme, sorria com os dentes, mas afie o discurso (eas facas. Metaforicamente, claro!). Boa sorte nessa missão cunhada! Você consegue!

Espero ter ajudado.

Tem dúvidas sobre relacionamentos? Mande um e-mail para telma@olondrinense.com.br

A cunhada folgada usa a casa da leitora como se fosse extensão da casa dela e agora chegou ao cúmulo de pegar roupas sem permissão. O que você faria?
Tia Telma versão IA

Quem é a Tia Telma

Telma Elorza é jornalista, divorciada e adora dar pitaco na vida dos outros. Mas sempre com autorização.

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