Que há vantagens e desvantagens na educação 4.0, nós já sabemos. A crise da pandemia do coronavírus, entretanto, está mostrando que existem limitações a serem vencidas, obstáculos a serem contornados, para que o ensino à distância no Brasil seja melhor regulamentado e estruturado. Por enquanto, a educação das crianças, adolescentes e jovens em casa esbarra e acentua as dificuldades socioeconômicas, tão latentes em nosso país.
Se, por um lado, grande parte dos estudantes universitários e médios têm facilidade com as tecnologias e podem facilmente se adaptar a essa realidade, por outro não são todos que têm acesso a uma internet de qualidade para poder desenvolver essas atividades. Isso é determinante no processo de aprendizado. Da mesma forma que as crianças pequenas, que necessitam de um acompanhamento tutorial que os pais não têm tempo nem estão preparados para oferecer, mesmo se trabalharem em home office.
Esse momento disruptivo, todavia, nos fará identificar os gargalos da educação do futuro para nos prepararmos melhor para essa realidade, que antes nos batia à porta e agora já vai entrando em nossas vidas. Inclusive, tudo isso será importante para desenvolvermos maneiras de oferecer a educação virtual num tempo suficiente e, ao mesmo tempo, poder elaborar atividades presenciais que aproveitem melhor o momento de todos estarem reunidos, estimulando competências que só desenvolvemos quando estamos juntos.
Independentemente de como e quando saiamos dessa crise na qual estamos mergulhados, sairemos transformados. Seja no modo como estudamos ou na forma como nos relacionamos. Ou ainda no jeito como lidamos com a educação. Mais do que nunca percebemos como cada estudante têm diferentes formas de estudar, embora o conteúdo ofertado seja o mesmo. Essa é a hora de aproveitarmos observações como essa para definirmos, de fato, o papel educacional no futuro, construindo uma troca de conhecimento mais eficaz a nossos alunos e professores.
Tiago Mariano

Formado em História pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), pós-graduado em Ensino e História. Atualmente ministra aulas no Colégio Estadual Olavo Bilac, em Cambé, no Colégio Maxi, em Londrina, e é coordenador pedagógico da startup londrinense EducaMaker. Em 2018, foi premiado pela Google for Education (2018) com o primeiro lugar nacional no Programa Boas Práticas pela criação de um método de formação de alunos de alta performance.
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