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Os desafios de transformar o professor em protagonista de sua própria aula

Os desafios impostos pela pandemia do coronavírus revelaram e reforçaram a importância do protagonismo do professor em sala de aula. Não mais daquela figura detentora do conhecimento, mas, sobretudo, de um mediador das múltiplas formas que os estudantes hoje têm para apreender os conteúdos e a própria realidade. Trazida para o ambiente virtual, a sala de aula mostrou-se desinteressante entre os alunos, justamente, como resultado da falta do professor protagonista, o que não foi incentivado ao longo dos últimos anos.

Para usar uma linguagem tecnológica, essa falta de engajamento dos alunos acaba interferindo no próprio processo de ensino e aprendizagem. Isso porque a referência discente de ensino acabou sumindo em meio aos obstáculos tecnológicos. Se tivéssemos professores protagonistas anteriormente, com certeza ao transferir as aulas para as plataformas digitais, não haveriam tantos problemas a serem vencidos. O professor, afinal, “desapareceu” nessa modalidade de ensino.

O professor deve ser protagonista do processo de ensino aprendizagem, pois, é isso que torna o ensino eficaz. É o professor que conhece o seu aluno, que sabe a melhor forma de passar conteúdo para ele, que conhece os gatilhos de aprendizagem que engajam seus alunos. Independentemente de qual plataforma esteja, presencial, virtual ou híbrida. O resultado pode ser desastroso: pouca participação dos alunos nas atividades remotas e níveis baixos de aprendizagem, apesar do esforço para realização das atividades.

Como melhorar toda essa situação? Criando estratégias corretas de ensino e aprendizagem. A primeira delas é valorizar esse protagonismo do professor, colocando-o no centro do processo. Em seguida, é preciso utilizar metodologias de ensino que vão desde conteúdo autoinstrucionais a plataformas virtuais com conteúdos produzidos para essa nova geração. Para isso, professor e aluno devem estar preparados. Aí sim será possível resgatar a atenção dos estudantes, o que é fundamental para a aprendizagem. Afinal, esse modelo híbrido parece que vai perdurar por muito tempo ainda e, com uma velocidade cada vez mais rápida, ser incluído no processo educacional.

Tiago Mariano

Formado em História pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), pós-graduado em Ensino e História. Com mais de 15 anos de experiência em sala de aula de diversos colégios públicos e particulares de Londrina e Cambé, é coordenador das startups londrinenses EducaMaker, Educação Criativa e Aagro, além de manter o canal no Youtube Prof. Tiago Ledesma Mariano. Em 2018, foi premiado pela Google for Education (2018) com o primeiro lugar nacional no Programa Boas Práticas pela criação de um método de formação de alunos de alta performance. Já foi diretor de tecnologia e inovação educacional da Secretaria Estadual da Educação (SEED) e coordenou a construção do novo catálogo nacional de cursos técnicos do Ministério da Educação (MEC).


Foto: Julia M Cameron no Pexels

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