Por Rogério Rigoni
Fala, meninas e meninos do ROCK!
“Memórias”, a biografia do vocalista da banda Screaming Trees, foi complicado. Sabendo um pouco da história de vida do cara, eu estava receoso em ler, assim como “Mais Pesado que o Céu” do Kurt Cobain.
Lanegan era um etilista e dependente químico pesado (cocaína e heroína) e isso me assustou. Eu também sou um eterno viciado em recuperação e sabia que, ao ler essa biografia, iria reviver toda dor do vício, tudo que eu perdi, as mentiras que eu contava, as pessoas que eu manipulei e enganei para conseguir drogas e álcool. Será que iria recair? O mundo do vício é tão assustadoramente sombrio e fascinante, que eu não sabia como iria acabar.
O livro, desde quando ganhei, ficou quase um ano na estante, até o dia que nós ficamos quatro dias sem Internet em casa. Ficamos órfãos, o que fazer nesses dias intermináveis?
Olhei para os livros e pensei: Vou começar a ler um livro, mas qual? Tenho várias biografias fodas.
Foi aí que eu olhei para o Lanegan e pensei: Quer saber, vou ler, vou arriscar.
Comecei a ler de manhã logo após um delicioso café quentinho e foi dito e feito, a literatura já começava pesada, com ele relembrando sua infância com o pai, seus pequenos furtos, suas experiências com o álcool e por aí as coisas só iam piorando, sim! É um livro intenso, fascinante, emocionante, triste e certas partes é de arrepiar!
Foram dois dias lendo, de manhã até a tarde. Enquanto eu lia, foi “batata”. Como já comentei no começo da coluna, as emoções foram vindo à tona. O vício é uma coisa “loka” e igual, só muda de endereço. As perdas são iguais e são muitas. Logo pensei nos amigos de “copo e de prato” que perderam a batalha para essa doença incurável, crônica, progressiva e fatal.
Lanegan perdeu vários amigos para “heroína” e também amigos que se afastaram dele por conta das loucuras diárias, mas ele não parava, usava cada vez mais e mais, tinha crises de abstinência horríveis, vivia atrás de dinheiro para conseguir sua droga, se meteu em um monte de enrascada, brigava muito, foi passado para traz algumas vezes, foi roubado, apanhou e por aí vai.
Quando terminei de ler, tive uma emoção indescritível e triste ao mesmo tempo.
“Mark, por favor, se sente. Sinto muito, mas tenho uma notícia terrível e vai machucar. Sinto muito, muito.
– Layne?, perguntei
– Sim, querido. Ele se foi.
Era uma ligação que eu esperava há anos, mas ainda me destruiu.
A perda dele deixou um vazio que senti todo dia desde então. Acredito que sempre sentirei.”
Que você tenha um ótimo final de semana. Se tiver a oportunidade, leia! E…
BORA PRO ROCK!
Foto principal: Reprodução da internet
Rogério Rigoni
“FALA, MENINAS E MENINOS DO ROCK”! Assim começa o programa o DNA Rock Brasil, pela radio web Antena Zero, de São Paulo! Sou um dos apresentadores e falo do que amo desde que me conheço por gente: música! E se for autoral, melhor ainda! E já que não tive uma banda, me realizo falando e escrevendo sobre rock and roll! Punk de alma e de coração, vivendo em paz ! E…BORA PRO ROCK!
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