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Os recomeços da vida

Ano novo, vida nova. Os votos de renovação, de recomeços e de resoluções novas e diferentes são protuberantes nessa época do ano. O início de um ano novo, no caso 2020, é propício para as promessas que, muitas delas, jamais serão cumpridas ao longo dos próximos 365 dias. Não importa. O clima é de esperança e isso é importante para o ser humano, que vive da realidade, mas, também, vive de alimentar sonhos e expectativas.

Mario Sergio Cortella, londrinense e um dos mais importantes filósofos brasileiros na atualidade, diz que “a humana capacidade de fazer de novo é uma das coisas mais bonitas e mais profundas na vida. O dia de ano novo é sempre a projeção do desejo revigorado”. E é verdade. O ser humano tem uma capacidade de se renovar surpreendente. Principalmente depois de passar por dificuldades, de atravessar obstáculos, de ir ao fundo do poço.

Vamos pegar esse fio da meada e citar o filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976), para quem “todo recomeço é uma questão de sobrevivência primordial”. Afinal, não se vive de passado, muito menos de dificuldades. Recomeçar a vida, os projetos, o ano e tudo o mais e, na verdade, uma questão natural da vida. Não é todo dia que o dia renasce? Ou toda noite que a noite recomeça?

Na Roma Antiga ou no Capitalismo, o pensamento é semelhante: a importância do recomeço. O imperador Marco Aurélio (121 d.C. – 180 d.C) dizia: “Nada de desgosto, nem de desânimo; se acabas de fracassar, recomeça”. Máxima adaptada por Henry Ford (1863-1947): “O insucesso é apenas uma oportunidade para recomeçar com inteligência”. Veja que não importa o regime político ou econômico, o recomeço e a renovação da vida ultrapassam épocas, idades, gerações e pensadores. Está além de tudo, porque faz parte de tudo.

Quem nunca passou por alguma dificuldade “insuperável” ou “intransponível”? Algo que, ao olhar para frente, não se via o final do túnel ou a luz do dia? Todos atravessam momentos de dor, de trevas e de obstáculos. Quando nós entendermos que isso faz parte da vida e que isso acontecerá o tempo todo, aí perceberemos quão mais fácil será para atravessar esses momentos. E como será preciso recomeçar o tempo todo, não somente no início de cada ano! E aí, vamos recomeçar?

Foto: Pixabay

Fábio Luporini

Sou jornalista formado pela  Universidade Norte do Paraná e sociólogo formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) . Fui repórter, editor e chefe de redação no extinto Jornal de Londrina (JL), atuei como produtor na RPC (afiliada da TV Globo), fundei o também extinto Portal Duo e trabalho como assessor de imprensa e professor de Filosofia, Sociologia, História, Redação e Geopolítica, em Londrina.

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