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O que é justo é justo: sou mais importante que os outros?

Profissionais de coach diriam que você é a pessoa mais importante na sua vida. Ok. Até aí tudo bem. Mas, diante de um concurso qualquer que seja (vestibular, emprego, competição, etc.), quem é a pessoa mais importante? Ou melhor: quem é mais merecedor da vaga ou da vitória? Vou questionar mais ainda: quem é que disse que sou eu mesmo quem devo atingir o topo, conquistar o resultado a despeito de tantos e inúmeros outros candidatos e concorrentes? Enfim, sou mais importante que os outros?

Essa pergunta nos leva a reflexões profundas sobre a vida. Religiosos, insistimos em rezar a Deus que nos ajude a entrar numa universidade ou a conquistar a vaga de emprego, mesmo sabendo que centenas de outras pessoas estão pedindo a mesma coisa. Quem merece mais? Quem Deus favorecerá? Aí, obviamente, surgirão os que defendem a utópica meritocracia: se você estudou mais, é você quem merece mais. Ou se você se esforçou mais, ou se isso ou se aquilo.

É por isso que tudo nessa vida deve seguir um senso de justiça. O que é certo é certo. O que é justo é justo. Um conceito que varia ao longo do vasto universo filosófico, mas que nos dá ideia e indicações de como prosseguir adiante. Na Grécia Antiga, a justiça significa a virtude suprema, o ápice daquilo para o qual fora feita a vida. E, assim, funcionava como uma balança ou um equilíbrio da vida em sociedade, notadamente conflituosa a partir de interesses diversos. Aristóteles, entretanto, pensava que a noção de justiça era respeitar o que fosse mais adequado a cada um (indivíduo ou nação), seja no que diz respeito à distribuição de bens, seja no que se refere a escolhas políticas.

Enfim, o que podemos tirar de lição de tudo isso é que vale muito aplicar o conceito em nossa realidade. Num acidente de trânsito, o que é justo é justo: quem estava errado deve se responsabilizar pelos danos causados a outrem. Numa prova de escola ou vestibular, o que é certo é certo: se sei o conteúdo, vou transmiti-lo na avaliação e se não sei, é porque não sei. Nada de subterfúgios para enganar a mim mesmo sobre um conhecimento que não tenho. E, dessa forma, o senso de justiça se espalha em nossas vidas. Como tudo, é um hábito que deve ser cultivado diariamente.

Foto: Pixabay

Fábio Luporini

Sou jornalista formado pela  Universidade Norte do Paraná e sociólogo formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) . Fui repórter, editor e chefe de redação no extinto Jornal de Londrina (JL), atuei como produtor na RPC (afiliada da TV Globo), fundei o também extinto Portal Duo e trabalho como assessor de imprensa e professor de Filosofia, Sociologia, História, Redação e Geopolítica, em Londrina.

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