Jovens e idosos têm o poder da democracia em mãos

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Por Fábio Luporini

Diferentemente da democracia ateniense, que é a base e o fundamento das democracias modernas no mundo, a fragilizada democracia brasileira do ano de 2022 terá um elemento que, na Idade Antiga, não existia: o voto da juventude. Se lá, mais de 2 mil anos atrás, o jovem ainda não era considerado cidadão, hoje, mais do que nunca, não só o é como é incentivado a exercer a cidadania, ou seja, a participação na vida política. E política, aqui, entende-se por pólis (cidade-Estado, sociedade).

Na Grécia Antiga, somente os cidadãos é que tinham o direito de votar. Não eram considerados cidadãos as mulheres, os escravos, os estrangeiros e os que ainda não haviam completado 20 anos, além dos que não possuíam terras. Então, a lista era muito mais restrita do que se imagina. Entretanto, é preciso levar em conta a realidade do mundo naquela época. A democracia estava nascendo e, com ela, as regras e bases da sociedade democrática. Hoje em dia, no entanto, a democracia já amadureceu e o conceito de inclusão também.

Ao contrário dessas restrições, no Brasil, os jovens são incentivados a exercer o voto a partir dos 16 anos. Até os 18, é facultativo. Depois, passa a ser obrigatório. Só em 2022, 2,1 milhões de jovens brasileiros entre 16 e 17 anos estão cadastrados na Justiça Eleitoral para votar. Nas últimas eleições majoritárias, em 2018, esse número era de 1,4 milhão. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o crescimento equivale a 51,13% nessa faixa etária do eleitorado.

Os jovens poderão fazer a diferença nessas eleições polarizadas que o Brasil assiste em 2022. Assim como os idosos acima de 70 anos, para quem o voto também passa a ser facultativo no Brasil. Hoje, segundo dados da Justiça Eleitoral, esse grupo tem 14,8 milhões de eleitores cadastrados, algo em torno de 24% mais que nas eleições anteriores, em 2018. E são quase 10% (9,52%) do público total.

De qualquer maneira, a democracia brasileira oferece a faculdade do voto a determinados públicos que sequer eram considerados cidadãos na Grécia Antiga. Os jovens, porque ainda não estavam em idade de lutar pela cidade. E os idosos, porque na democracia grega, não chegavam a 35 anos. Era essa a expectativa de vida daquela época. Então, hoje, esse público tem em mãos o poder de fazer a diferença, qualquer que seja o voto.

Fábio Luporini

Sou jornalista formado pela  Universidade Norte do Paraná e sociólogo formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) . Fui repórter, editor e chefe de redação no extinto Jornal de Londrina (JL), atuei como produtor na RPC (afiliada da TV Globo), fundei o também extinto Portal Duo e trabalho como assessor de imprensa e professor de Filosofia, Sociologia, História, Redação e Geopolítica, em Londrina.

Foto: Arquivo/TSE

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