De que forma o futebol interfere na sociedade?

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Filosofia/Sociologia e futebol. O que um tem a ver com o outro? Aliás, como é que a relação futebolística interfere na sociedade? Fui em busca dessas questões ao convidar o professor Agnaldo Kupper, grande amigo e referência nas áreas em Londrina, para participar do programa Dica Filosófica, que apresento toda sexta-feira, ao vivo às 16h, na rádio UEL FM (107,9 MhZ). E, sabiamente, fomos entendendo que a paixão do brasileiro é pano de fundo ou cortina para muitas compreensões sociais.

Aqui, obviamente, vou tratar o assunto com a não merecida superficialidade. Afinal, é o próprio professor quem o aprofunda de forma maestral. Os dois programas podem ser ouvidos pela internet, no site da rádio UEL FM, exibidos nos dias 25/10 e 01/11. Mesmo assim, podemos dizer que o futebol é um elemento de “controle” social. Todo mundo sabe meio por cima que quando os políticos do país precisam decidir algo importante, aproveitam copas do mundo e outros campeonatos em que os torcedores estão entretidos para poder fazê-lo, desviando a atenção da sociedade. É o chamado “pão e circo”, dado ao povo desde a Roma Antiga.

Entretanto, o que aprendi entrevistando o professor Agnaldo, é que o futebol, nas primeiras décadas do século passado, foi utilizado no Brasil como massa de manobra de trabalhadores. Até porque muitos clubes eram patrocinados por empresas capitalistas, que queriam evitar greves e reinvindicações, provocando um esvaziamento político amenizando a luta dos operários. Então, sindicatos de empregados aproveitavam o patrocínio das empresas ao mesmo tempo em que direcionavam seus associados pelos interesses patronais, em muitos casos.

Talvez por isso percebamos que a cultura futebolística está tão enraizada na nossa cultura. Nossa linguagem faz referência ao campo o tempo todo: “bola fora”, “bola murcha”, “bola furada”, “fazer o meio de campo”, entre outras, também muito ligadas às expressões bélicas: ataque e defesa, por exemplo. Enfim, não é possível dissociar o futebol da cultura brasileira. O que é preciso fazer é entender cada vez mais como é que esse fenômeno interfere na cultura e no modo de vida das pessoas, de forma direta ou indireta, objetiva ou subjetivamente.

Ouça o programa do dia 25/10.

Acesse o arquivo de programas.

Foto: Pixabay

Fábio Luporini

Sou jornalista formado pela  Universidade Norte do Paraná e sociólogo formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) . Fui repórter, editor e chefe de redação no extinto Jornal de Londrina (JL), atuei como produtor na RPC (afiliada da TV Globo), fundei o também extinto Portal Duo e trabalho como assessor de imprensa e professor de Filosofia, Sociologia, História, Redação e Geopolítica, em Londrina.

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