Até quando vamos armar o “cidadão de bem” para cometer atrocidades?

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Por Fábio Luporini

Algumas manchetes no início de 2023 revelam um país violento e que despreza a vida. Gente que tem uma arma na mão e, ao se sentir empoderada com o objeto, finda a vida alheia como se estivesse num jogo de videogame. Mais que isso, revela que alimentar o ódio pode ser perigoso demais e fazer vir à tona um dos elementos mais repugnantes da natureza humana. Até quando vamos armar o “cidadão de bem” e deixá-lo cometer atrocidades autorizado por uma política de segurança pessoal ou de justiça com as próprias mãos?

“Homem se irrita com criança autista por buzina e mata pai dela”.

“Dupla mata 7 pessoas em bar após perder aposta de sinuca em MT”.

“Palmas chega a 32 homicídios em 2023 com aumento de 255% em relação ano passado”.

“Janeiro de 2023 termina como o mês mais violento na Serra (RS) nos últimos cinco anos”.

Essas são algumas das manchetes que estamparam portais e sites de notícias ao longo dos primeiros meses do ano. Ao mesmo tempo, certamente existem outras tantas que celebram a queda de homicídios, a diminuição da violência ou algo parecido em determinadas regiões e localidades. Entretanto, isso só pode ser motivo de comemoração quando os números são positivos no Brasil como um todo.

Não se pode achar que armar a população fará o mundo um lugar melhor contra a criminalidade. Ao contrário, é preciso combater a criminalidade, o tráfico de drogas, a violência como um todo. E não usar um remédio para dor de cabeça quando a causa é mais profunda. Eu gostaria de viver num país mais tranquilo e seguro, no qual você possa andar na rua em qualquer horário com tranquilidade ou, então, que estejamos no trânsito, no supermercado, no shopping, sem precisar ter medo de algum “cidadão de bem” com uma arma na mão e um problema psiquiátrico mal resolvido.

Não é possível que em pleno 2023 a gente tenha que passar um medo desses. Que manchetes ruins como essas possam nos levar a mudar a situação e a realidade para podermos estampar e ler manchetes melhores!

Fábio Luporini

Sou jornalista formado pela  Universidade Norte do Paraná e sociólogo formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) . Fui repórter, editor e chefe de redação no extinto Jornal de Londrina (JL), atuei como produtor na RPC (afiliada da TV Globo), fundei o também extinto Portal Duo e trabalho como assessor de imprensa e professor de Filosofia, Sociologia, História, Redação e Geopolítica, em Londrina.

Foto: Freepik

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