Verdade. Uma palavra, muitas definições. Diversas (e diferentes) versões. Inúmeros referenciais e outros tantos pontos de vista. Pode ser aquilo que está ligado a tudo o que é sincero e verdadeiro ou pode ser definida como a ausência da mentira.
Da mesma forma que é uma afirmação do que é correto, do que é certo e do que está dentro de uma realidade, específica apresentada. Entre o senso comum, a verdade normalmente é aquilo que se viu com os próprios olhos ou que se concluiu a partir de alguma relação lógica.
No grego, a verdade, correspondida pela palavra aletheia, representa aquilo que não está oculto, que não está escondido. E que fica evidente à razão. Ao passo que na versão latina do conceito, veritas, verdade significa o que pode ser demonstrado com precisão e exatidão.
Mas, será que somos capazes de conhecer a verdadeira verdade? “Só sei que nada sei”, diria Sócrates, sabiamente. Para o filósofo grego clássico, considerado o maior dentro todos, temos a ilusão de que conhecemos as coisas, quando na realidade não a conhecemos.
Seu método de dialogar, de questionar, de trazer à luz o que está escondido acabou desagradando os poderosos de Atenas. Mas, o grande filósofo preferia morrer a ficar na ignorância. E assim o fez. Foi condenado a beber cicuta, um veneno que paralisa os músculos do corpo.
Porque, embora nem sempre tenhamos a certeza absoluta da verdade, ao menos deixamos de ser ignorantes. Refletir nos leva a sacudir as teias de aranha do pensamento e abrir a mente a novos horizontes. É o que a filósofa brasileira Marilena Chauí chama de atitude filosófica: não aceitar as certezas e crenças estabelecidas, mas, filosofar. O que significa buscar a verdade justamente por meio de questionamentos, dúvidas e reflexões.
Verdade que nem sempre será encontrada. Dizia uma propaganda de televisão que são as perguntas que movem o mundo, não as respostas. Afinal, para cada um existe uma verdade diferente, uma resposta diferente, uma crença diferente. E uma não é melhor que a outra. São apenas diferentes.
Se o mundo entendesse e compreendesse melhor esse pequeno e simples conceito filosófico talvez fosse um lugar melhor. Talvez as pessoas não se matassem umas às outras simplesmente porque têm verdades diferentes. Não é verdade?
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Fábio Luporini

Sou jornalista formado pela Universidade Norte do Paraná e sociólogo formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) . Fui repórter, editor e chefe de redação no extinto Jornal de Londrina (JL), atuei como produtor na RPC (afiliada da TV Globo), fundei o também extinto Portal Duo e trabalho como assessor de imprensa e professor de Filosofia, Sociologia, História, Redação e Geopolítica, em Londrina.