Escolher e decidir arbitrariamente sobre algo ou alguém. Mandar, exercer uma autoridade, ser soberano. São algumas das explicações que definem o conceito de poder, um tema discutido pela filosofia há muito tempo porque, desde que o homem se entende por um ser social, o poder é exercido sobre algo ou sobre alguém. Não é diferente hoje em dia, mas as relações de poder são mais sutis e, ás vezes, mais abusivas.
Normalmente, o conceito de poder está muito ligado à sociedade no sentido de quem comanda e governa. E aí passamos a compreender as muitas formas de poder e as tantas teorias que as definem, ao longo do tempo. Aristóteles, por exemplo, foi um dos primeiros filósofos a definir as formas de poder.
Para o grego, o homem é naturalmente um ser social e político, ou seja, que desde sempre está apto a viver em sociedade. E, por isso, estabelece regimes políticos. São eles: monarquia (poder de um só), oligarquia (poder de poucos) e democracia (poder de todos), que se materializam em formas de governo. Entre elas, a realeza (de um para todos), a aristocracia (de alguns para todos) e o regime constitucional (de todos para todos). Mas, existem ainda as formas deturpadas: tirania, oligarquia e demagogia.
O que, infelizmente, ainda acontece, não? Entretanto, ao longo do tempo, a discussão sobre o poder deixou de ser apenas uma questão de Estado ou instituições para se dar no plano das relações humanas. Friederich Nietzsche, por exemplo, diz que o homem tem a “vontade de poder”, o que nos faz desenvolver nosso potencial e ter a ousadia de tornar realidade o que pensamos. É isso que move e constrói o mundo. Não nos aprofundaremos, infelizmente.
Mas, por fim, vamos nos deter no pensamento de Michel Foucault, para quem o poder está em toda a parte da vida em sociedade sem depender única e exclusivamente dos contratos sociais e jurídicos. Ao contrário, a microfísica do poder que atravessa a estrutura social depende de questões relacionadas à medicina, à psiquiatria, à geografia, à economia, mas também ao hospital, à prisão, à justiça, ao Estado, ao papel do intelectual, à sexualidade, dentro outros temas.
E hoje, mais do que nunca, pode-se observar o poder de forma mais evidente. E, assim, evitar justamente as relações que sejam abusivas.
Foto: Pixabay
Fábio Luporini

Sou jornalista formado pela Universidade Norte do Paraná e sociólogo formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) . Fui repórter, editor e chefe de redação no extinto Jornal de Londrina (JL), atuei como produtor na RPC (afiliada da TV Globo), fundei o também extinto Portal Duo e trabalho como assessor de imprensa e professor de Filosofia, Sociologia, História, Redação e Geopolítica, em Londrina.