O mundo está vivendo uma situação limite. Daquelas em que as pessoas estão perdidas, desorientadas, em dificuldade e a ponto de explodir. É o que trouxe para nós a realidade do novo coronavírus, que espalhou ao redor do globo uma pandemia que nos obrigou a uma quarentena compulsória. Forçadamente, o ser humano precisou olhar para o outro e olhar para dentro de si mesmo. Mais que isso, vieram à tona nossas fragilidades, as dificuldades e os problemas social, de saúde e políticos.
Em situações como essa, é necessário termos a sabedoria de poder compreender o que é fundamental e o que não é essencial, a fim de combatermos o problema. Construir conhecimento científico, ou já tê-lo como base, se mostrou super importante para enfrentarmos as dificuldades. Mas, qual conhecimento é mais urgente que o outro? Obviamente, as pesquisas em saúde vêm na frente. Mas, não podemos deixar de lado os estudos sociais, o da ciência humana.
Se tivéssemos governos que investissem em todas as áreas científicas, proporcionalmente às respectivas necessidades, em tempo de crise como esta da pandemia, não teríamos problema em alocar os recursos para a mais fundamental e essencial, a mais urgente, no caso. Dessa forma, não investir no conhecimento filosófico e sociológico significa que, em tempos de situação limite, estaremos fadado ao fracasso. Como temos visto a confusão provocada pelo próprio governo. Ter uma boa base filosófico-sociológica nos ajuda a passar melhor pela pandemia, por exemplo.
Afinal, a filosofia nos permite pensar de forma global, em todos os aspectos da realidade, entre os quais aqueles mais afetados pelas crises: seja o aspecto da saúde, seja a questão social/assistencial, seja, inclusive, o fato de poder pensar em soluções econômicas, já que a economia inevitavelmente sairá afetada com isso. Tudo de acordo com sua respectiva importância, urgência e necessidade.
Infelizmente, no Brasil, nós temos alguns dirigentes políticos que são incapazes de dar, neste momento, a devida importância às diversas frentes, como a médica, a social e a econômica. Simplesmente porque são incapazes de conferir importância à própria ciência, ou seja, ao próprio conhecimento. Ao contrário, exaltam a ignorância. Para enfrentar os problemas, entretanto, o melhor remédio é o conhecimento, que nos permite elaborar as melhores soluções.
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Fábio Luporini
Sou jornalista formado pela Universidade Norte do Paraná e sociólogo formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) . Fui repórter, editor e chefe de redação no extinto Jornal de Londrina (JL), atuei como produtor na RPC (afiliada da TV Globo), fundei o também extinto Portal Duo e trabalho como assessor de imprensa e professor de Filosofia, Sociologia, História, Redação e Geopolítica, em Londrina.